quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Questionamentos infindáveis



E esse foi o ano dos quetsionamentos infindáveis!



O ano em que eu definitivamente passei de menina a mocinha,



Esse ano foi o fim dos 29 e início dos trinta



O fim do retorno de saturno



Será que eu estava perdida no espaço e voltei pra terra?



Ou ainda estou voltando?



Mas sinto que para muitas pessoas ao meu redor foi um ano bem marcante



Cheio de muitas certezas, de definições, de mudanças



pessoas importantes para mim e para meu mundo estão tomando muitas decisões



Tão ou mais importantes quanto as que eu tomei



Mas o que importa é que não importa que vamos aumentar mais um numerinho



O importante é que o mundo continua a girar



As decisões cotidianas de liquidificador vão continuar a ser tomadas



Umas ignoradas



Outras adiadas



mas um dia serão tiradas da frente, ali definidinhas



Acho que agora , como minha amiga disse há pouco em uma conversa



O mais importante é valorizar os amigos que temos



Os que podemos conquistar



Porque a vida é feita de amigos, mais do que de relacionamentos



Também acho que eu, como muita gente, vou continuar a minha filosofiasinha



Simples, mas não simplista



Muitas vezes nem tão lógica



mas que para mim faz um bem danado



Em 2012 vou continuar aqui, bonita, viajando na maionese, alcançando algumas pessoinhas



ou pelo menos tentando...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Vontade de não sei o que



Sabe aqueles dias em que se está com vontade de não sei o quê?



Pois é, agora já é quase Natal, época em que ganhamos presentes, em que a gente tem pressa de ver quem a gente gosta antes que o ano acabe, porque afinal é época de mudanças, de renovação, então... eu estou com a tal da "vontade de não sei o quê".



Ela está vindo mais forte do que a tal da "boca nervosa". Sabe aquela tal da vontade de comer alguma coisa que não se sabe o que?



Essa vontade da principalmente à noitinha quando estou em casa sozinha e eu tenho vontade de fazer algo além de ver tv e ficar na internet. Mmmm, alguns amigos leitores que eu conheço muito bem, estão pensando em sacanagem, mas não, não é isso. A galera tem uma mania de ligar tudo a sexo rsss.



Mas essa vontade é a de renovar. Renovar a mim mesma, a minha vida e o meu cotidiano.



Mas como? Como? Como???!!



Eu não sei ainda e acho que preciso de uma auto análise pra buscar do que é exatamente essa vontade e a razão dela estar ali me cutucando e nem é como lembrete, é mais uma sensação de etiqueta de camiseta nova que cutuca até a gente ir lá e cortar, mas sempre esquece.



O que importa é que acho que estou começando, pelo menos por dentro essa vontade de renovação, não sei como, nem quando, mas só de ter o comichão já é um alívio.



domingo, 27 de novembro de 2011

Magia



Tem épocas das nossas vidas em que queremos uma magiazinha para as coisas irem melhor.
Eu digo isso porque eu mesma penso nisso muitas vezes.


A magia também pode ter o nome de "Oba! Hoje estou com sorte!", ou "Bad .... day", ou "queria ir numa vidente para dar uma espiadinha no futuro pra poder me preparar melhor", ou qualquer atalho que possamos pegar ou perder e isso mudar nossas vidas (filminho referência para quem quiser pensar mais no assunto http://www.interfilmes.com/filme_13048_de.caso.com.o.acaso.html)


Já pensei que isso pudesse estar ligado ao jeitinho brasileiro, afinal a gente adora um atalhinho, mas nem sempre o jeitinho significa ter ética ou fazer a escolha certa.


Mas, na verdade, puxando na memória a tal da magia está em todos os povos, em todos os tempos e acho que é porque a humanidade sempre buscou uma ajudinha de outros universos e até da força da terra para podermos suportar o dia-a-dia, com suas responsabilidades, problemas e tristezas.
Voltando as origens do Blog, a etimologia da palavra magia dá margem a uma série de outras reflexões:




"A etimologia da palavra Magia, provém da Língua Persa, magus ou magi, que significa sábio. Da palavra "magi" também surgiram outras tais como "magister", "magista", "magistério", "magistral", "magno", etc. Também pode significar algo que exerce fascínio, num sentido moderno, como por exemplo quando se fala da magia do cinema". (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Magia)




Será que praticar magia no nosso cotidiano seria ver as coisas com um pouco mais de sabedoria? Será que não seria mágico a gente de vez em quando pensar, analisar e só depois disso agir?



Mágico não seria, se usássemos as nossas próprias experiências, boas e ruins, como lição de vida e o tal do "não faça com os outros o que não quer que seja feito com você"?



Também acho fantástico ter fé, afinal bondade, divindade não te nada a ver com magia, porque Deus está sim em todos os lugares, basta a gente se abrir para Ele.



Óbvio que existem momentos mágicos, de extrema alegria em que a gente se sente embriagado de felicidade e é obvio que a gente queria que esses momentos durassem para sempre, por isso recorremos a mágica para que esses momentos voltem, mas a verdade que a magia acontece quando a gente se abre para a vida e não há ritual, feitiço, mandinga mais eficaz do que o mundo que nos cerca.



Nem sempre vamos receber o que demos ao mundo e às pessoas, mas eu não deixo de continuar investindo. Eu não abdico ao meu direito de tentar ser legal ao máximo, carinhosa ao máximo, atenciosa ao máximo porque é assim que eu quero ser tratada, bem tratada, acho que é essa a minha magia e se as pessoas para quem eu apresento nessa mágica da vida não enxergam, problema é delas, o show tem que continuar.



Talvez então, interpretando como os japoneses interpretam ao queimar pedidos escritos no papel para que eles, os pedidos, aconteçam e essa queima simbolize que os pedidos foram para o universo, então a solução é simplesmente acreditar e jogar para o universo e continuar acreditando.



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Handmade



Toda família tem seus costumes! Fato!

Na minha família todos sabemos fazer strudel (uma torta austríaca de maçã ou na invenção da minha bisa, de banana) e crochê.


Na verdade, acho que temos uma certa tradição com trabalhos manuais. Além do strudel (sagrado em todos os Natais) e do crochê cada um tem sua especialidade, mas tem sempre alguém inventando moda com artesanato, serralheria, construção, pintura, bordado, desenho...

Eu tenho as minhas fases e a atual é, como da pra ver no post anterior, arranjar coisas bonitas para a minha casa.


Por eu gostar dessas coisas (cozinhar, bordar, fazer crochê, etc), já fui chamada de antiquada, de vovó, de Amélia, Palmirinha... mas nem me importo. Eu adoro! É terapeutico!


É muito bom procurar idéias novas e refrescar as minhas do dia-a-dia trabalhando em coisas legais.




Para quem quiser saber de onde eu as tiro, seguem meus sites preferidos:




Revista Minha Casa: http://casa.abril.com.br/minha-casa/ (sou viciada na revista, compro todo mês e amo)






Blog Casa de Colorir: http://www.casadecolorir.com.br/ (amor a primeira vista, pois as coisas são absolutamente factiveis e lindas)



Blog D Coração: http://www.dcoracao.com/ (gosto tanto que copiei e botei na prática por aqui. Fácil e rápido!



Super Ziper: http://www.superziper.com/ (crochê, crochê... e outras coisas bem legais)



Deviant Art: http://elena-sugarock.deviantart.com/favourites/39977445?offset=24 (muitos desenhos legais para imprimir)



Paper dolls: http://paperdollsandtoys.wordpress.com/ (atual paixão)



Nigella: http://www.nigella.com/ e http://gnt.globo.com/nigella/. Quando eu crescer quero fazer tudo lindo, gostoso e facinho como ela...



Mas pena que a minha mãe não tem blog, pois só o bolo de mandioca e o pão de mandioquinha dela, valem um site em homenagem.


Eu nem ligo se falam que sou Amélia, ou qualquer um dos apelidos que já falaram. Eu sei o que sou.


Sinto muito orgulho quando elogiam a minha comida, quando falam que a blusa que eu estou usando é bacana, quando eu mesma vi a mini micro reforma do apê (com conteção de despesas).


Dá muito prazer de fazer tudo e ver que são coisas úteis, para mim e para os outros.


Hoje, morando sozinha, nunca sofri. Sigo a premissa que minha amiga disse esses dias: se eu puder fazer, faço. Se eu não puder fazer, peço ajuda. Se não tiver ajuda, eu pago (pechinchando muito).


O fato é que o handmade é uma maneira de eu lembrar quem eu sou, de onde eu vim e de eu amar ainda mais a minha família pela herança que me deu: de fazer as coisas sem medo e, claro, a receita a olho do strudel da minha bisa, vinda diretamente da Áustria dos anos 20.



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Não à Sindrome de Gabriela





























Uma coisa que estou notando é que eu estou me colorindo e as coisas ao meu redor.


Maquiagem volta a minha face. Roupas coloridas e com sobreposições voltam ao meu corpo.


Nunca tive tanta coisa pra mudar o cabelo como tenho agora (e olha que agora ele é curtinho).


E aos poucos isso está se expandindo para a minha casa.


Hoje quero ver cores, flores, frufrus e adornos.


Acho de verdade que a sua casa (seu quarto, seu ambiente particular) é mesmo um reflexo do nosso estado de espírito e agora acho que minha casinha nunca esteve tão bonita como está hoje, porque eu estou mega inspirada.

Triste?? Já fui!


Feliz?? Muitas vezes!


Otimista?? Sempre!!


Já falei em um post anterior que temos sim o direito inalienavel ao mau humor, assim como temos o direito de ficar tristes, mas como dizem sobre a tal Sindrome de Gabriela: "Eu nasci assim, serei sempre assim, vou ser sempre assim: Gabriela".


Pois não! Não da pra estacionar e se conformar. Não sou indiana que vive em uma casta, graças a meu bom Deus!


A graça da vida é mudar, sempre!


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ócio criativo


















Eu era assim



Fiquei assim :)



Estou aqui, em casa com a cabeça tão cheia de idéias e coisas pra fazer que o meu pobre corpinho não acompanha a velocidade das idéias.





Já fiz compras (compras importantes), tou brincando de decoradora, tou pintando, fazendo crochê, colando papel contact em superfícies não tão agradáveis ao olhar.





Acho que a lagarta aqui voltou pro casulo, mas dessa vez pra botar em prática o que tem visto nas revistas de decoração, blogs, sites e toda a pesquisa feita nos ultimos tempos.





A parte escatológica: muita coisa custa muito caro!





E como muita coisa custa muito muito caro tive que abdicar de viagem e mimos maiores para minha pessoa.





O que é mais importante?





- A casa pra eu voltar todos os dias depois do trabalho e me sentir muito bem nela!





- A saúde! A saga de hospital, exames, médicos, remédios, continua.





Dessa vez me recuso a passar as férias em casa deitada vendo tv e fazendo nada. Tem tanta, tanta coisa para ser feita, por mim e pelos outros e pela minha casa...










sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Cometas










"Há pessoas estrelas e há pessoas cometas. Os cometas passam, as estrelas permanecem. Os cometas desaparecem, não prendem ninguém e a ninguém se prendem, não iluminam, não aquecem, não marcam presença. O importante é ser estrela. Estar junto. Ser luz. Ser calor. Ser vida. Ser cometa é ser companheiro apenas por instantes. É explorar sentimentos. É se aproveitar das pessoas e das situações. A solidão é resultado de uma vida cometa. Olhando os cometas sentimos o quanto é bom ser estrela. Ter vivido e construído uma história pessoal. Ter sido luz e calor para muitos corações. Ser estrela neste mundo cheio de pessoas cometas é um desafio, mas acima de tudo uma recompensa. É nascer e ter vivido e não apenas existido".





Esses dias minha amiga publicou o texto acima no Facebook e gostei muito! Infelizmente não sei quem é o autor, mas agradeço muito a ele por ter tido essa inspiração.

Ontem, ao desabafar com outra amiga, percebi mesmo, que mais uma vez a vida me mostrou que há pessoas que sempre serão importantes pra gente por elas terem passado em nossa vida em um momento muito importante, mas justamente por ser uma pessoa-cometa, é da natureza dela passar e ir embora. Há marcas, há lembranças, mas o que sempre vai brilhar são as estrelas, que longe ou perto, nos trazem luz (sabedoria), calor e nos guiam quando estamos em um mar sem bússola, sem GPS (conselhos).

De verdade, agradeço aos amigos, as minhas estrelas.

Agradeço aos cometas, que passam, trazem agito mas vão embora. Há momentos em que os cometas são ruidozos e outros que passam sem que tenhamos nem percebido como e nem porque se foram.

Há cometas cíclicos, que de tantos em tantos anos passam por nosso planeta. A gente espera por eles, aproveita a vista, ouve previsões e ás vezes há ameaças de colisão, mas no final das contas, eles vão embora, para um dia retornar e continuar o ciclo.

Acho que com os cometas nós aprendemos a viver, com as estrelas, nós simplesmente vivemos.

domingo, 23 de outubro de 2011

Premonições



Com o perdão da palavra: mulher é foda!



Nós nascemos mesmo com o poder do sexto sentido, terceiro olho ou sabe-se lá que nome se dá a isso.



Eu ja tive muitas premonições, ou teria sido eu esperta e lido as entrelinhas?



Não sei, mas Marphy's Law está aí nos regendo, como a gravidade. Quando dormimos, quando comemos, quando trabalhamos e a lei de Murphy está lá, mantendo as merdas todas funcionando direitinho como um relógio.



Nesse momento não estou falando de um caso específico, mas me refiro as coisas do dia a dia, as mentiras de liquidificador, aos eufemismos diários, às meia verdades.



O que eu queria saber é porque premonição não pode ser para o bem? Por que a gente não tem assim, um sexto sentido de que vai ganhar uma bolada, vai ganhar um presente, vai encontrar sem querer alguém legal? Por que para ao menos ter uma visãozinha de um futuro bom, uma única fresta que seja a gente vai lá e paga pra um cartomante, quiromante, astólogo, adivinho, pai de santo?



Não gente, eu não fui a um pai de santo, não paguei por nada. Eu só queria ter uma boa premonição, que algo bom acontecesse, que fizesem algo legal por mim pra variar, sem que mais uma vez eu tenha que correr atrás ou sem que eu me decepcione com as pessoas.



Eu sei que a vida tem que ter muitos momentos difíceis para que nos bons eu possa aproveitar ao máximo. Mas por que os bons tem que durar tão pouco? Por que os bons momentos não vêm como as geléias, com um carimbo de prazo de validade no fundo do pote.



Não queria ter o sexto sentido das coisas ruins, mas queria conseguir virar o pote de cabeça pra baixo pra ter uma idéia de quão rapido poderei aproveitar os bons momentos.



Cansada!



sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Ansiedade



Ansiedade para as férias (botar o status no e-mail logo o tal do out of office)



Vontade por mudanças (sempre, sempre, sempre)



Medo do desconhecido



Vontades múltiplas de poder, de ser, de sair, de comprar



Paciência para esperar a hora certa



Saudade de muito do que passou



Lembrando do que é preciso



Deixando de lado o que não vale a pena, o que não é urgente



Ávida por idéias, gente, lugares novos



Curiosa para saber quem me visita por aqui (tem Russia, Alemanha, Australia, Irlanda...) gente de tantos lugares que eu nem faço idéia de como acharam essas palavrinhas



Trabalhando na empresa, me dedicando a vida



Colorindo a casa (e querendo mais e mais coisas nela)



Não leio tanto quanto gostaria, mas agora o que me interessa e o que a mente ocupada permite



Procurando (i still haven't found what i'm looking for) nem sei o que



Feliz, pois o tempo é quente, a primavera está começando



mas quero ser mais feliz logo, logo... ansiosa!









segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fun!



Nos últimos dias venho tendo umas diversões diferentes das que tinha.



Umas diversões de tia, gastronômicas, de cuidar de mim mesma, não, não de saúde mas da minha vaidade.



Achei, por incrível que pareça, o máximo botar meu apê em ordem. Agora minhas roupas estão lindas no armário e posso usar várias coisas que eu não usava fazia tempo... e ganho elogios gerais, tou estilosa rsss.



Também organização faz a cabeça pensar melhor, e da orgulho de morar em uma casa assim tão bonitinha.



Mas também estou amando ter minhas unhas pintadas de azul, os sapatos rosa que comprei (e nem gosto tanto de rosa) e ver que meu cabelo mesmo sem eu ter cortado ultimamente continua bonito.



Nunca estive tão botequeira! Balada me da preguiça, no boteco eu fico sentadinha, fofocando, dando risada e ainda consigo interagir com os queridos amigos.



Acho divertido ficar em casa de boa, curtindo a net, fuçando na internet e sonhando com a casinha que estou projetando para as férias.



Outra coisa que estou amando fazer, quase todo final de semana é visitar os amigos queridos, cozinhar coisas boas, rir dos espirros da minha amiga que senta do meu lado no trabalho, papear, escrever, ir ao cinema, ficar na banca fuçando revistas, na livraria Cultura passar horas vendo nada e me divertindo pensando que quase não tou gastando.



Também adoro passar na banquinha aqui da rua, comprar morangos e comer a caixinha inteira vendo videos de música no youtube.



Será que isso tudo é sinal que estou velha? Será que ando vendo demais Amelie Poulain (pode ser.. rss)? Será que tou preguiçosa demais? Será que é a tensão pré-férias?



Aiiii, não sei, só sei que acho que a felicidade pode estar nas coisas simples, em redescobrir as cores, no pensar menos e agir um pouco, ao menos só um pouquinho, por impulso, de parar de ficar proculando pêlo em ovo, afinal a vida é curta (haja Bethânia's auto-ajuda), mas é a pura verdade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Os caras de pau



Cada vez que ando por Sampa, seja para ir trabalhar ou passear me espanto mais e mais com a capacidade criativa do povo para ganhar dinheiro.
Acho que em todos os bairros, em especial aqui na Paulista, Centro e arredores, há todas as formas possíveis de se ganhar muito mais do que um troquinho, e se não são todas as formas possíveis, pelo menos estão aqui as pessoas com mais criatividade.
Existem os culturais, que vendem ingresso para teatro (há mais de 10 anos eu circulo pela região e sempre tem o tiozinho semi careca, de cabelos longos oferecendo ingressos). Também tem o tocador de guitarra, de sax, de MPB, os dançarinos a lá Michael Jackson e os malabaristas de farol.
Há também os filantropos que pedem dinheiro para o Green Peace, para os cães de rua, para os dependentes em geral...
Tem os vendedores, que tocados pelo cansaço de cada dia da massa trabalhadora oferecem balas, chicletes, biscoitos, chocolates e, por que não, a cervejinha sagrada, seja no trem, em frente às baladas (onde também é oferecido aquele doguinho amigo) e na porta de shows.
Há aqueles que pedem para ajudar com uma deficiência física, como a moça do trem que cantava com um sonzinho ligado com o acompanhamento de instrumentos (era cega). Tem o moço que anda em um skate porque não tem pernas. Tem outro que fala "dê uma ajuda ao ceguinho". Tem a mãe com 5 bocas para alimentar, cujo marido fugiu (há anos a vejo e as crianças sempre mudam).
Mas esses são os básicos. Tem os mais criativos, ou melhor os mais caras de pau.
Esse post é em homenagem a um que vi hoje pela manhã.
Descrição físíca: nada magrinho, usava camisa do Corinthians com o nome do Ronaldo nas costas, bermuda jeans e sandálias Rider.
Discurso: voz em sotaque carioca. Disse que veio do Rio e que estava em Sampa para tratamento de um tiro de bala perdida que levou próximo a sua casa, na Cidade de Deus (sim a do filme), onde tem um barraquinho próprio, não paga aluguel e moram todos os seus 5 filhinhos e esposa. Segundo ele (com voz muito, muito triste) a bala que levou foi na cabeça e estava próxima a seu olho esquerdo (uma coisa caída e estranha), que se não operado poderia ser danificado ainda mais. Antes da cirurgia ele queria retornar a seu lar, rever a família e para isso necessitava juntar os R$98.00 da passagem de ônibus para o Rio.
O cara era tão bom que metade do vagão pagou. Notas e moedas.
Quando eu já estava para descer, no final do vagão, depois de ter recebido uma bela graninha, ele sentou em um dos últimos bancos, tirou algo do bolso, deu uma cuspida nessa coisa e jogou a cabeça para trás colocando algo, que eu achei que era colírio para o tal olho em perigo pela bala. Gente... o cara cuspiu em um olho postiço e o colocou no lugar do globo ocular que estava vazio.
Enquanto eu descia na plataforma, ouvia dois rapazes conversando:
- Queria ver esse aí carregar pedra de final de semana pra ganhar um extra como nós fazemos.
- Como assim carioca com a camisa do Corínthians?
- E eu bem queria usar uma bermuda de surf para trabalhar como esse aí. Vagabundo!
Moral da história?
Tem muita gente sem moral nesse mundo!!!
Só rindo pra continuar caminhando, pôr o dedinho no registro de ponto, logar e trabalhar, trabalhar, trabalhar...

domingo, 11 de setembro de 2011

Vivendo a vida







Ultimamente venho sido muito questionada sobre "como é morar sozinha?", porque já estou morando fora da casa da minha mãe há mais ou menos um ano e meio, e não me arrependo, nem um pouco.





Desde que saí de lá, minha relação com a minha família foi melhorando gradativamente, eu estou aprendendo cada vez mais sobre mim mesma e sobre responsabilidade, além da realização pessoal de ter a minha micro casa com o status de MINHA!





Já fazia um tempinho que eu estava para escrever sobre isso, porque é uma coisa que vivo todos os dias e cada vez mais pessoas me perguntam, ora questionando:





Por que você, uma menina, mora sozinha?? (sentiu o uma menina né?? Não sou obrigada a me casar pra sair da casa da minha família, sou grandinha viu?)





Por que você mora perto da Augusta, perto do Centro, não é perigoso?? (ai que preconceito! Pois eu moro em um lugar que gosto bastante e sou muito feliz aqui obrigada! Não vejo nada de tão anormal e me sinto muito mais segura do que quando pegava trem pra ir pra casa todos os dias).





Mas você gasta muito pra morar sozinha?( mmm, até gasto, mas vale cada centavo pelo meu sossego, pela minha tranquilidade).





Eu andei lendo aqui na internet uma quantidade significativa de listas de prós e contras de se morar sozinho antes de eu sair de casa e agora recentemente andei lendo de novo para ajudar uma pessoa.





Entonces resolvi fazer a minha propria lista, com prós, contras e um "depende do ponto de vista". Bom, vamos começar pela parte negativa:










Contras










1) Ter de pagar todas as contas sozinha: pois sim, na casa da minha mãe eu não fazia compras com o meu dinheiro na maior parte das vezes, não pagava as contas e não tinha que lembrar das datas de todas as contas. Eu ajudava a minha mãe a administrar, porque desde pequena fui criada para saber me virar sozinha, ia ao banco, ao mercado, mas o comando era da minha mãe;





2) Não ter com quem repartir o serviço de casa: apesar de eu viver em um ape de 30m², o cafofinho precisa ser arrumado e agora tudo depende de mim. E sempre esqueço de alguma coisa. Hoje mesmo tem loça ali na pia, mas quem disse que tou animada a lavá-la. E não, não da pra pagar empregada, nem vale a pena.





3) Cozinhar para uma pessoa requer prática e habilidade. Eu amo cozinhar, de verdade, de paixão. Mas, a comida sempre estraga na geladeira porque não dou conta de comer tudo o que cozinho. E no mercado não vendem porções menores, mesmo eu ja comprando as menores disponiveis, fico sempre culpada por ter de jogar comida fora. Fora o desperdicio de dinheiro.





4) Medo: estar sozinha as vezes da medo. Medo de barulho, de assalto, de não dar conta de pagar e resolver tudo, de ficar doente e não conseguir apelar pra ninguém (ou ficar preocupada de incomodar os outros). Da medo de a sua relação com o resto do mundo mudar, porque estando sozinha a pessoa adquire seus habitos, torna-se mais quieta, silenciosa e, porque não, preguiçosa. Por isso, amigos, não me julguem, eu fiquei assim bicho do mato mas continuo a Be.





5) Resolução de tarefas que desconhecemos a solução: já queimou meu chuveiro?? Já!! Eu sei consertar?? Não!! O cara que paguei pra fazer isso arrumou direito?? Não!!





Pois sim, tem coisas que são de extrema prioridade, como o sagrado banho quente antes do trabalho e depois dele. Então pra muitas coisas temos que contar com a boa vontade de alguém, no meu caso do meu tio ou do zelador ou contratar alguém de confiança que não deixe meu chuveiro só com a temperatura de verão pra sempre.










Depende do ponto de vista










1) Motivação: quando moramos com alguém (pais, amigos, namorado, sejá la o que for) a gente se motiva a fazer as coisas. Limpar a casa, cozinhar, lavar a louça, passa a ser uma tarefa que TEMOS de fazer, senão tem bronca, crítica, briga.





Da mesma forma que quando moramos sozinhos tem a questão do "eu faço se eu quero". Não tem mais aquela pressão de fazer as coisas porque somos obrigados, mas sim porque queremos ter uma casa bacana, arrumada. A mente funciona melhor quando há limpeza e arrumação. Isso é fato e o feng Shui já prova. Mas tem dias em que não estamos à fim e é bom respeitar a nós mesmos, porque já tem a jornada de trabalho e mais a jornada doméstica cansa!





2) Liberdade: morar com os pais muitas vezes não nos permite receber quem a gente quer, na hora que a gente quer, fazer o que a gente quer. Mas morar sozinho não significa que abriu a porteira geral.





É preciso ter equilibrio, pra trazer a pessoa certa e a quantidade certa de pessoas, senão os vizinhos reclamam.





Tem a parte legal de pode decorar a casa com o que queremos. Eu pintei a cortina, coisa que a minha mãe jamais me deixaria fazer, agora quero comprar uma cortina nova e trocar tudo, mas tudo na hora certo, com o dinheiro no bolso. Mas na casa da minha mãe ela me ajudaria a escolher a cortina, a pagar, a instalar rsss e aqui não é bem assim.





3) Mi mi mi: tem dias que bate a carência. Nesses dias temos a opção de ficar vendo comedia romantica e comer pipoca até explodir. Há a opção de sair sozinha ou com amigos ou com a pessoinha. Há a opção de falar: Manhêêê! Faz pão de mandioquinha e separa a Messy que tou indo pra Franco. Carinho a gente tem que batalhar!





4) Pets: aiii que saudades da minha Messy (minha gatinha linda). Não da para ter pet aqui em casa porque o ape é pequeno, porque a coitadinha ia sofrer ficando sozinha o dia todo, porque tem que telar a janela (aqui só tem 1 janelona na casa toda), e não posso colocar o meu bem estar em detrimento do bem estar dela.





Também tem outro ponto: um pet não me permite ter tanta liberdade. Tendo um pet não posso viajar, tenho que voltar correndo para alimentar, limpar, dar atenção.





Mas sinto muita saudade! Sempre tive pets comigo, sempre dormi com os gatinhos de quatro patas, desde bebê. Então é uma faga de dois gumes!










Prós










1) Voltar para casa na hora que eu quiser: não tenho que ligar para avisar que não vou voltar. Não tenho que avisar que cheguei. Não tenho que dar nenhuma satisfação sobre com quem estive e pra onde eu fui.





2) Revelar apenas o que me é conveniente: não fico armando um teatro pra justificar meus atos. Eu simplesmente conto ou não conto. Pronto!





3) Ver e ouvir o que gosto na hora e volume desejados: pois sim, antes eu brigava pra ouvir minhas coisas, porque tinha que dividir radio, tv e espaço. Agora é tudo meeeeuuuu!





4) Dividir espaço: antes eu dividia o quarto com a minha mãe, não tinha espaço no guarda-roupas, não conseguia ficar sozinha um segundo, não podia fechar a porta. Agora tenho uma casa inteira só pra mim.





5) Dançar pelada pela casa: porque é legal, oras, desque a cortina esteja fechada pra eu não promover um show de horrores aos meus vizinhos.





6) O serviço doméstico é só por uma pessoa: não lavo a roupa de mais ninguém, não passo a roupa de mais ninguém, não lavo a louça de mais ninguém. Antes eu fazia por mim e pelos outros e isso desgasta muito!





7) Morar perto das baladas e diversões de Sampa: muito bom ir pra balada à pé, ao cinema à pé, ás compras à pé e não ter que depender de carona, não pagar estacionamento.





8) Não ter de se preocupar com condução: para quem mora longe como eu morava é um tormento ter que pensar que no melhor da diversão temos que ir embora porque senão não tem mais como voltar ou ter que dormir na casa de um amigo como favor. Agora, na maior parte das vezes eu volto à pé ou quando muito gasto com um taxi.





9) Conquista pessoal: morar sozinha é uma realização, que eu nunca vou me esquecer. É uma fase de auto descoberta, de transformação, de paz após uma tempestade. Comprar as minhas coisas, mesmo que aos poucos, é muito gostoso, muito gratificante. Vale a pena e eu altamente recomento.





sábado, 10 de setembro de 2011

Materialização dos sonhos



Engraçado como quando estamos ocupados com a vida real, a coisa aqui não flui.
Eu ainda estou aqui emendando os pedacinhos soltos que ficou minha vida. E estou conseguindo, cada vez mais. E estou batalhando muito pela minha saúde, pois há muito tempo venho tendo esses pire paques, cada hora uma coisa e isso prejudica muito a minha carreira, minha vida pessoal e o meu físico.
Eu sei que tantas vezes ficando doente só pode ser o sinal que meu corpo dá de que eu não estava feliz por muito, muito tempo e talvez eu estivesse desapontada comigo mesma, com as minhas ações, que acabei me esquecendo delas. Muitas vezes quando não gostamos ou não queremos confrontar é muito mais fácil simplesmente ignorar os problemas.
Há algum tempo venho confrontando meus problemas, gradativamente, afinal não sou de ferro, nem sou um exército para confrontar todos de uma vez. Ninguém é!
E, para tudo ficar mais leve, estou intercalando minha vida entre confrontar problemas, superação de dificuldades internas e ao menos tentativas de matrialização de sonhos.
Andei superando dificuldades internas e ainda estou trabalhando nisso. Com dificuldades internas eu quero dizer uma dificuldade minha mesmo, do meu emocional. Estou superando a dificuldade de confiar nas pessoas e às pessoas os meu problemas. Estou tentando superar esse medo enorme que passei a ter em botar as moedinhas (ah sim confiança é valiosa e tem que ser dada às prestações) no cofrinho das pessoas. E sei que certas coisas são tão valiosas que tenho que guardar para mim mesma, mas sei que se precisar posso apelar para determinadas pessoas.
Mas na última semana, além de tratar de novo do corpinho físico aqui resolvi buscar materializar meus sonhos.
Eu não sou uma pessoa ambiciosa, porque sei que se eu sonhar muito alto e não conseguir atingir essa expectativa é capaz de eu cair de bunda no chão beeemmm duro.
Eu sonho em deixar a minha casa mais bonita e mais confortável para mim e para os que vem me visitar. Eu sonho em zerar as minhas contas todas. Eu sonho em poder comprar as coisas sem ter que planejar tanto, sem ter que tirar de um lado pra repôr o outro.
Eu sonho em estudar alemão, que é a língua da minha família e eu ainda queria muito muito ter um diálogo em alemão com a minha avó.
Eu sonho em dar muito orgulho à minha família e amigos.
É muito mais fácil sonhar simples, pois esses sonhos são factives, e sonhando assim, simples, acho que chego longe, feito as formiguinhas que carregam lentamente as coisas para sua casa.
Eu materializo os meus sonhos escrevendo, pesquisando, revendo, fazendo contas.
Eu vou atrás nas lojas, na internet, fuxicando.
Se o sonho é tangível, eu vou lá, experimento, provo e sinto que aquilo eu vou ter.
Se o sonho é intangível eu dedico meu tempinho a ele, boto no papel e penso, penso muito nesse sonho.
Tomo cuidado para não sonhar por muito tempo, pois tenho que sair dos devaneios e dedicar um tempo para a minha realidade. Aprendi que não necessariamente as pessoas ao nosso redor estão sonhando o mesmo que nós. Podem até torcer e apoiar, mas não sonhar junto. A gente pode compartilhar sonhos, mas cada um sonha a sua maneira e vivencia a realidade por sua percepção.
Eu espero realizar logo esses sonhos, ter essas conquistas. Quero muito sentir esse gostinho de coisas realizadas.
Eu ainda estou medrosa, ainda tenho medo de ter medo de ter medo (parafraseando Renato Russo), mas medo de sonhar e buscar os meus sonhos é uma coisa que tenho materializada, escrita e publicada, minha determinação é o que vem me movendo, mesmo com o motor rateando de vez em quando.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

"Se a palavra é de prata o Silêncio é de Ouro"


Sabe aquele comentariozinho maldoso? Aquele um que toca bem no pontinho fraco?
Pois tem gente que tem o dom de colocar o dedico na ferida. Pode até ser sem querer na hora, mas sempre sinto que é uma maldadezinha por tras das boas intensões daquela bronquinha que dão, daquele cometariozinho.
Eu mesma de vez em quando por espontaneidade acabo falando algo que não devo, mas não é uma maldadezinha, é pura cabeçudisse mesmo. De vez em quando eu não capto o "não é pra você falar pra ninguém" e sem querer comento algo.
Mas ja aconteceu de eu levar umas broncas de alguém que mal sabe o que se passa dentro de mim ou na minha vida e quererem ficar palpitando.
Como diria Caê (sou íntima né?) "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".
Eu sou alegre, tento ser pra cima, sou ativa, gosto de descobrir as coisas, seja lendo, seja caminhando, seja viajando, mas tenho sim o meu lado melancólico. Todo mundo tem!
A diferença é que eu faço de tudo pra não deixar esse lado melancólico tomar conta.
Eu tento reclamar menos, eu tento buscar a cura para as doenças da alma e do corpo.
Acontece que há períodos em nossas vidas que vivemos em uma corda bamba, pendendo pra um lado e pro outro, mas o equílibrio vem de mim, quando preciso uma mão amiga se estende, eu pedindo ou não.
Mas ajudar não é jogar na cara, nem falar dos defeitos. Ajudar é estar ali pra caso eu precisar... em silêncio.
Aceito abraços de apoio, beijos calorosos, massagenzinha e adoro quando me deem a liberdade pra fazer tudo isso e mais um pouco.
Mas gente, não dou a liberdade de me espetarem. Não sou bonequinho de vodu! E palavras dóem mais do que um soco, pode ter certeza!
Hoje sei que eu devo pensar antes de falar e sei que se não filtrarem o que me dizem, não preciso engolir sapinho.
Ahhh! Foi!



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

E ela vai chegando

Hoje estava pensando e me dando conta de que estou ficando velha, e olha que nada aconteceu pra isso. Só estava pensativa ouvindo algumas músicas de um CD que comprei e me dei conta de que tenho 30 anos. Puxa 30 anos!
Às vezes me sinto muito mais nova do que minha idade.
Há momentos em que tudo o que eu quero é uma farra, um pouquinho de irresponsabilidade, comer tudo sem pensar, sair sem pensar no dia de amanhã.

Não me sinto com a idade pesando nas costas, mas tenho a sensação de que já vivi tanta coisa e que tenho tanto tanto a ver, a descobrir e a sentir.

Ainda tenho uma certa carinha de criança, um fescor nos olhos e no coração que não quero perder tão cedo, pelo menos não por completo.

O que eu quero é aproveitar a vida da melhor forma, correr os riscos calculados, com a cabeça no lugar e fazer o que me da vontade, o que me faz bem e não algo simplesmente para agradar aos outros, cansei disso, tenho que agradar a mim, mais do que aos todos e essa é mais uma liçãozinha que aprendi e venho aprendendo.

O meu aniversário de 30 anos já foi faz uns meses, não fiz lista de desejos, não dei um baile, mas estava ao lado de quem eu queria estar, dos que amo e isso é o importante.

E mais importante do que comemorar uma data... literalmente datada... é celebrar os desaniversários, como o Chapeleiro Louco da Alice. Comemorar todos os dias, todas as chances, todas as pessoas que vêm para esse meu pequeno círculo que só vejo crescer mais e mais.

Quando me perguntam quantos anos tenho, falo com muito muito orgulho, porque eu vivi esses anos, aprendi com eles, mas me sinto tão bem como nos vinte e pouquinos.

Me chamam de metida? Bah! Sou mesmo! E sabe, me orgulho sim, pois está no sangue, as mulheres da minha família, em sua maioria, são mulheres fortes, corajosas e muito bonitas. E sinto tanto orgulho delas! Espero não desapontar a nenhuma, espero conquistar ao menos uma parte do que elas conquistaram, sempre em frente, sempre sem parar, olhando de vez em quando para trás para aprender com os erros, mas com a vaidade intacta, psicologica e fisicamente.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Recuperação



Tadinho do meu blog, tava sozinho, abandonado, mas não, não esqueci dele.



Na verdade tenho pensado nele, mas é tanta coisa pra resolver, tanta coisa acontecendo que infelizmente (ou felizmente) tive que me focar nas prioridades.



Bom, uma pequena retrospectiva:



Para quem não sabe, agora tenho no currículo mais 11 dias de hospital.



Dores e mais dores e não havia quem descobrisse o que eu tinha, indo e voltando de hospital, médico achando que eu tava mentindo pra pegar atestado. Médico pensando se eu pudesse ter vermes (bom sou comilona, confesso, mas daí a ter vermes...). Médico pensando que eu poderia estar grávida. Que a dor que tava na barriga era por causa de qualquer outra coisa, menos uma coisa na barriga. Pois bem, um dia eu pedi arrego e aí a médica falou: Bom, agora vc não sai daqui até a gente te revirar do avesso e descobrirmos o que vc tem.



O resumo da ópera: reviraram do avesso, descobriram, trataram e continuarão tratanto.



Mas também fiz muitos amigos e amigas (enfermeiras do Santa Isabel, obrigada de novo, vocês são umas queridas). Marcela e Thais, obrigada pela companhia agradável, mesmo no estado em que estávamos, o bom humor, as brincadeiras sempre imperavam.



O mais engraçado é que, apesar de ainda estar debilidada, apesar de eu ter passado 11 dias bem difíceis, saí de lá com otimismo, sabendo que graças a Deus tenho amigos mais do que maravilhosos que eu amo muito e que também me amam e se preocupam comigo. Saí de lá com energia, fome de viver, de sentir, de me divertir, de coisas boas.



Sinto que esses 11 dias foram reservados especialmente pra mim e que o destino está preparando coisas bem legais. Para mim, não é por acaso que fiquei onde fiquei, com quem eu fiquei, quem cuidou de mim e eu sentin também que de certo modo estava cuidando dos outros.



Esses dias me serviram para aprender que cuidar não é me doar 100%, é doar o que posso. Aprendi que palavras de carinho, de consolo, de alegria são mais valiosas do que qualquer presente. Aprendi a agradecer mais e mais. Aprendi que a minha alegria pode cativar os outros e tornar tudo ao meu redor mais facil.



Também sei hoje, que dormir demais cansa. Que comer demais da tontura.



Aprendi que pedir ajuda é importante. Que de vez em quando, quando vem a mágoa do pântano, é preciso empinar mais a cabeça, botar a boca no trombone e gritar HELP!



E esse HELP! Não é só pra ajuda com uma coisa, é com ajuda pra animar, pra conversar, pra desabafar.



Ajudar é importante, pedir ajuda também.



E agora? Estou recuperando o tempo perdido. estou botando a casa, as coisas e a vida em ordem.



Estou me preparando para o caso de eu tomar decisões importantes, estabelecer metas, buscar o melhor para mim e o melhor de mim.



Não quero esquecer nada do que passou, mas quero aprender com os erros, manter os amigos de verdade e botar pra fora tudo o que não é bom... botando o lixo pra fora e trazendo luz pra dentro.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

É canja!!



10 dias!!



Estou fora do mundo real há 10 dias exatos.



Os únicos sintomas que tenho agora são tédio e gases, e muitos gases!



Estou acostumada a vida corrida, a caminhar, a ver gente, e agora estou aqui em outra dimensão, em um universo paralelo, vulnerável, me sentindo privada da liberdade de decisão, da minha intimidade, das minha decisões, dos meus pequenos segredos que agora estão sendo expostos ao vento.



Mas tenho pensado muito aqui nesse Big Brother sem câmeras.



Mais do que nunca, me sinto querida, amada e lembrada pela minha família e amigos. Nunca recebi tantas ligações, recados carinhosos, visitas mais do que desejadas.



Minha família, graças a mim está se unindo, se reunindo para juntos buscar soluções para me ajudar, ajudar a minha avó e a eles mesmos, como uma família.



E eu me sinto cada vez mais valorizada como pessoa. Sinto como é fácil fazer amizades e como elas são importantes para o meu dia-a-dia, meu bem estar. Amizade, simpatia, educação, consideração, criar empatia, não ocupa espaço, não dói, não prejudica... só abre portas, derruba muros e paredes.



Otimismo faz bem a saúde. Sorrisos curam. Acreditar que Deus é bom e no melhor das pessoas só desperta o melhor.



Também venho aprendendo e valorizando muito, mas muito mesmo a profissão da minha mãe, da minha avó e de várias pessoas da minha família e rede de amigos. A enfermagem.



Posso dizer que graças as enfermeiras, especialmente as Auxiliares de Enfermagem, me sinto protegida, cuidada e acarinhada. Vejo como pra elas (e eles) é corrido, mas gratificante e que, de verdade, tem que gostar do que faz. Agradeço de coração a todas as meninas que vêm cuidando de mim e da Marcela, minha atual roommatte e da Thais, a roommatte anterior.



Aqui, encontro tempo para pensar, para escrever, para meditar, ver tv e sentir tédio, por que não?






Uma amostrinha do que produzi aqui:






É Canja!






Cabelo bagunçado



Corpo cansado



Vontade de levantar



Vontade de deitar



Sempre penso na pirâmide de Maslow



Agora meu grau de satisfação



Concentra-se na base da pirâmide



Necessidades básicas



Conforto, seguraça, tranquilidade



Uma boa refeição



Uma boa refeição



Uma boa refeição



Não sentir medo



Ou pelo menos tentar



Ou ainda fazer com que a coragem



Seja maior e sente em cima dele



Sinto medo por mim,



Pelos que amo,



Pelo que conquistei



Sinto medo de perder



E quero apostar e ganhar afirmando



"É só mais uma marolinha"



"Devo ser forte porque Deus nunca da mais peso do que podemos carregar"



E aqui, pensando, devo ficar orgulhosa



Porque em 10 dias, em apenas 3 eu fraquejei



E esse dia foi ontem



Hoje é outro dia



Hoje abro a porta, vejo minha altura



frente aos outros



Vejo o sol lá fora



Sei que é sábado



Pastel de feira (de palmito)



Sei que é agosto



Festa da Achiropita



Sei que é 2011



Internet wireless e facebook bem do lado



Sei que estou em São Paulo



Estou perto das pessoas e das coisas



E sei que estou aqui



Por isso, vou botar a máquina para funcionar



Passar meu creme



Ajeitar o cabelo



Porque por pior que estejam as coisas



É preciso ter dignidade



E não! Canja Nããããooooo!!



A canja foi embora



E a janela está aberta



para o sol e os sons de Sampa entrarem



Lua crescente, céu azul, sol presente



Bom sinal!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Timidez e teimosia

Quem me conhece do passado remoto, muito muito remoto sabe que eu era meeegaaa tímida, chata (não que eu tenha deixado de ser totalmente, afinal o ser humano aqui é o mesmo), CDF, magrela, enfim, eu não era a mais pop das pessoas.
Filho único é fogo, tem que aprender e descobrir as coisas por conta própria, não tem um desbravador que o ajude antes, nem um um cúmplice que dê uma retaguarda. Se bem que na escola eu admito que eu era CDF mesmo, eu gostava de estudar e de me prender no mundinho dos livros, gostava de ser a estranha que ficava os intervalos na biblioteca.
Mas tem uma hora que a gente acorda pra vida né? Passa a se socializar, querer sair do mundo da Imaginação (não, gente, não aquele da Xuxa) para aprender mais do que está escrito nos livros.
Eu posso dizer que comigo vencer a timidez demorou pra caramba e ela continua me vencendo de vez em quando em certas circunstâncias, mas na maior parte do tempo não a deixo me atrapalhar.
Outro dia estava vendo uma reportagem sobre timidez e concordei com o que disseram: como qualquer desafio, a timidez pode ser vencida pela teimosia e por uma bela távola, de qualquer formato. Távola, como a do rei Arthur sim, onde os cavaleiros tinham democracia para debater as idéias e tomar as decisões (bem, assim diz a lenda).
Bom, o fato de estarmos sentados em uma mesa (com amigos, com boa companhia) ja é um bom passo, pois conhecer gente boa e que valha a pena gastar horas de conversa banal já é um grande mérito. A mesa de casa, com a família é uma zona de conforto, enquanto a mesa com os amigos e pessoas que estamos conhecendo é sempre um desafio de argumentação. Não que em casa não seja, mas parente, é sempre parente, a gente tem e não tem escolha. Amigos fazemos e agregamos porque queremos, são famílias que podemos construir e desconstruir sim, por que não, quando necessário?
Numa roda de amigos e futuros agregados nas nossas vidas, podemos usar ou não uma máscara (metáfora, gente, calma). A gente passa a imagem que quer, mas nem sempre temos a garantia de que a mensagem está sendo compreendida do outro lado (mas a tecnologia nos garante a possibilidade de checar, via redes sociais né ;))
Há variáveis que podem implicar na nossa auto-imagem: a nossa motivação na conversa, embriaguez ou não, interferência de terceiros (e quartos, e quintos... positivas ou não), conhecimento no assunto (gente, conversas de grupinho na távola não vale, só, quando o grupinho é fechado e todos conhecem o assunto)...
Uma távola nova é um desavio sempre, mas um bom desafio, desde que estejamos com o coração e os braços abertos pra mais amigos, mais almas, mais desafios, mais discussões - não estou falando de brigas, mas de debates.
Se outros componentes além das távolas me trouxeram ao que sou hoje? Sim, claro! Mas me deram mais prazer do que uma boa rodinha de amigos? Nunca!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Descolado (a)



Esses dias vem me perseguindo uma palavrinha e uma série de idéias relacionadas a ela. Pelo título, já deu pra perceber que ser descolado é o tema de hoje.
Venho ouvindo: "nós que somos descolados", tal galera é "descolada"... mas hoje ser decolado virou um rótulo... é a turminha que frequenta baladas alternativas, que usa camisa xadrez, que usa tenis all star... e muitas vezes acho que não é um estado de espírito, uma busca em se destacar do álbum de figurinhas, mas uma forma de não ser deslocado... como acontece com todo mundo quando somos adolescentes, é buscar um determinado grupo, tentar se parecer com ele ao máximo, compartilhar as mesmas idéias (sem saber o porque delas), mas nem sempre por afinidade, mas para ter um grupo, uma aliança.
Tentei uma busca rápida no google, mas não achei o significado histórico de descolado, mas é bem fácil pelo prefixo, simplesmente: "des".
Acho que ser descolado não é necessariamente fazer parte de um grupo, mas sim uma busca por conhecimento, por coisas novas. Descolado é estar aberto a novas possibilidades.
Já ouvi amigos dizerem: "não gosto dessa música, nunca ouvi, não toca no rádio".
Estar aberto a novas possibilidades significa uma pitadinha de ousadia, significa tentar se conhecer ao máximo para saber o que gosta e o que não gosta e se respeitar, respeitar nosso tempo, nossas fases e ter tolerância com os outros, saber ouvir e não necessariamente aceitar, mas saber ouvir e absorver o novo, por mais que não se goste do que ouvimos.
Pequenino exemplo: eu não gosto de peixe, na verdade eu detesto. Já experimentei para saber que não gosto e me respeito não me obrigando a comer. Mas muita gente que eu gosto gosta, então de vez em quando abro exceção e vou a um restaurante japa (que fede sim) comer os quentes que não tem peixe, porém peço mais diversidade e respeito ao meu paladar (ah não, não há receitas de peixe que parecem frango, não mesmo, não tentem me convencer).
Ser descolado é saber respeitar as raízes, coisa que eu valorizo muito muito. Minha família não é perfeita, como qualquer outra, mas eu valorizo muito tudo o que aprendi, o carinho e o respeito e tento esquecer as coisas ruins, por mais difícil que seja... uma amiga querida costuma dizer que não é preciso ser rico para se ter berço, e isso é a mais pura verdade. Cultura vem de casa a principio e dá uma bela bagagem para que se goste disso para que se busque cada vez mais.
Óbvio que sempre temos empatia com determinadas pessoas, pela ideologia, pelo curso que fizemos, pelo gosto pessoal e isso faz com que uma cidade como São Paulo às vezes pareça uma cidade do interior onde conhecemos muita gente e encontremos essas pessoas na rua.
Mas acho que também, como outra amiga disse hoje, estar num bom estado de espírito nos faz emanar essa energia, nos faz estar ficar destacados, nos faz fazer o bem com mais frequência a quem a amamos e a quem nem conhecemos (coloquei recentemente o "gentileza gera gentileza" por aqui).
Uma conclusão muito pessoal: ser descolado é a busca incansável em ser o melhor, é querer se destacar, não pela aparência, porque embalagem vazia não carrega produto nenhum, mas por boas atitudes, pela teimosia em querer melhorar por dentro para que isso se reflita por fora, é ressoar coisas bacanas, compartilhar, ajudar e ter a coragem de mudar quando preciso, mas sem ferir ninguém (Lady Gaga, vestido de carne foi too much).
Eu pelo menos tento ser descolada nesse sentido, e não, não uso camisa xadrez (tenho uminha só), nem tenho all star (por enquanto), não uso meia calça rasgada e não, não sou obrigada a ir pra balada e encher a cara todo final de semana pra agradar os outros. Sou descolada por agradar a mim, simples assim.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A eterna pergunta: E se?




Agora em um momentito de insônia, ouvindo Cold Play, acabei dando de cara com "What if", na verdade o you tube escolheu a música pra mim.




Eu sei que em qualquer momento de nossas vidas todos tivemos o bendito do "E se?" Seja apertando <<, seja apertando >, seja apertando >>.


De vez em quando eu me pego pensando: e se eu tivesse feito diferente? E se eu tivesse dito determinada coisa? E se eu tivesse tal atitude??




Da mesma forma fico pensando no futuro. E se??




Hoje mesmo comentei com uma amiga de dar uma consultada em uma vidente. Não que eu ache que isso vá me trazer uma resposta definitiva, mas quem sabe me dá uma luzinha, pra eu não ficar brincando tanto de "e se?" sobre o passado e sobre o futuro?




Tem momentos que há tantos "e se?" na minha cabeça que me sinto mergulhada em um mar cheinho de pontos de interrogação e não sei pra qual direção devo ir.




Hoje, cuidando da minha pequena casinha, vejo muito mais o quanto as decisões do dia a dia podem influenciar lá na frente. É sobre grana, sobre ter mais conforto, sobre pensar em sair ou não.




Agora não estou analisando etimologicamente uma determinada palavra, mas estou analisando esse pensamento que me persegue há muito tempo, porque eu sei que houve momentos importantes em que eu me prendi tanto ao "e se?" que acabei não fazendo nada, não tomando decisão nenhuma, simplesmente deixei a maré de interrogações me levar.




Neste momento estou aqui, na minha prainha, aprendendo, buscando, mas sempre surge um "e se?", por menor que seja.




Às vezes, aperto o <<, naqueles momentos em que estou sozinha, e revejo situações lá dentro da minha cabeça, como numa tv, bem mais clara, agora sem a chuva de "e se?", já limpas, polidas pelo tempo que passou e vejo que, de verdade, eu não me arrependo das ações que tomei apesar da tempestade que passei.




Agora, ao invés de "e se?", estou como uma daquelas restauradoras de filmes antigos. Estou limpando, colando e vendo que minha história, pelo menos o meu lado dela, é muito mais bonito, muito mais colorido do que eu me lembrava, afinal, eu esolhi o roteiro, com carinho, com respeito.




Penso sim, no "e se?" do futuro, mas de forma mais madura, calma, sem me afogar, mas com calma, planejamento, com estudo.




E se nada disso tivesse acontecido? Hoje eu não estaria erguendo as paredes do que logo logo vai ser o meu castelo, bonito, colorido, nem tão rico, mas cheio de arte, de gente, de beleza. E se eu não conseguir?? Claro que eu vou!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Cuidar



Uma coisa que tomou meu final de semana foi a palavra cuidar.



Já falei aqui da minha avó, que está bem velhinha e doente, mas acho que não são somente os mais frágeis que precisam de cuidados, mas a todos que amamos.



De alguma forma sempre cuido de quem eu gosto. Como? Com um telefonema, com um email, cozinhando, ouvindo, com abraços, com piadas, com bilhetinhos, com qualquer gesto que agrade a pessoa... sinto muito prazer em cuidar dos meus amigos e família, me sinto útil, me sinto bem.



Sempre fui daquelas que gosta muito de dar presentes, de agradar, de fazer surpresas...



No final de semana eu cuidei um pouco da minha avó, não dando só remédio, mas conversando, dando atenção, dando carinho. Cuidei também da minha mãe ao cozinhar para ela, lavar a louça e deixando-a ter uma noite de sono tranquila porque eu estava lá caso a minha avó precisasse.



Esse foi nos tempos de hoje um final de semana isolado, porque agora eu estou aprendendo a cuidar de mim, das minhas coisas, do meu ego.



Há até um tempinho atrás eu cuidava de todo mundo, da casa onde eu cresci. fazia comida, lavava, passava cozinhava e me deixava muitas vezes de lado, não só a mim, como minha profissão e a minha vida.



Para ser uma pessoa cuidadora tem de ser muito desprendido, dedicado, mas temos que ter uma vida, momentos próprios, senão acabamos dando uma piradinha.



Vejo isso em mim, que pirei por ter responsabilidades antes da hora, vejo em amigas que tem seus bebês e acabam ficando muito em casa dedicando-se só a esse pessoinha, muito amada, mas que da trabalho e estressa. Também enxergo em relacionamentos, vejo nos workaholiks. Sempre que se cuida mais de alguém ou de algo do que de si mesmo perdemos o equilibrio, andamos na corda bamba pendendo para um lado só.



Pesquisando, vi que a palavra cuidado, vem do latim cogitare, "pensar", "conceber", "preparar". Essa palavra no latim antigo decompõe-se em co+agitare. Agitare era a insistência do "agere" (agir). Das tarefas mais físicas do agir chegou-se ao agir do espírito. A expressão "agitare mente" significava mover o espírito, caminhar no pensamento, direcionar idéias, andando com elas. (Fonte: http://palavraseorigens.blogspot.com/search/label/cuidar).



Eu de minha parte estou movendo o meu pensamento para aprender a cuidar de mim mesma, ampliar meus horizontes para ter equilibrio no cuidar de mim e dos que estão ao meu redor, seja com um simples ou um grande gesto, tudo na medida, sem faltar nada para ninguém: o meu e o dos outros.



Mas vejo muitos amigos ou pessoas que passaram por mim que sempre cuidaram só de si mesmos, nunca precisaram cuidar de uma casa, de um pet ou de outro ser humano. Falo de amigos recém casados, amigos que tiveram filhos, pessoas que não sabem lidar com a dureza do tempo.



Mas, de qualquer forma, assim como eu tenho a missão de cuidar só de mim (não é facil, pode ter certeza, ainda mais com meu gênio e teimosia, aguentar a mim mesma e meus próprios pensamentos me deixa irritada muitas vezes), meus queridos amigos, sei que por amor estão dando conta muito bem de cuidar de alguém a mais além de si mesmos, afinal, só o amor de verdade é capaz de nos modificar de tal maneira.



Eu, atualmente, me amo muito e espero me amar cada vez mais.



terça-feira, 28 de junho de 2011

Pressão pra baixo



Eu não a escolhi, eu não a chamei, mas ela vem me seguindo faz um tempo



Há vezes em que ela me alcança



Outras eu consigo fugir



Tem momentos que eu nem lembro que ela existe



E fico feliz quando isso acontece



Não gosto de falar disso



Não gosto de ser julgada



Não gosto de ser rotulada



Mas morro de medo dela



Tenho medo que ela me alcance e fique definitivamente



Sabe aquelas visitas indesejadas...



Dessa vez ela veio se instalando, devagarinho, sem eu perceber



E de repente ela acabou de ocupar toda a minha vida



Meu tempo



Meus sonhos



Minhas palavras



Minhas lembranças



Hoje com um pouco de ajuda estou aqui



colocando a vassoura atrás da porta



e se alguém conhecer outras simpatias eu tou topando



Porque eu quero que essa visita inesperada,



de mal gosto, de mal agouro vá embora



definitivamente



Pra todo o sempre



E eu continuo contando com a ajuda de quem me ama de verdade



Porque eita visitinha ruim de expulsar!






sábado, 25 de junho de 2011

Orgulho!!

Gente, amanhã é dia de Parada, o segundo maior evento do ano na cidade de Sampa e eu como boa moradora da Frei Caneca estou sentindo a efervecência (maior do que o normal), a alegria, a quantidade de gente diferente (em qualquer sentido que se possa imaginar) e a ansiedade pela data.
Sei que boa parte vem pela pegação, pelas baladas, pela diversidade, para observar...
Eu, apesar de hétero acho que vale uma verdadeira parada pelo Orgulho de todas essas pessoas que se esforçam, que trabalham, que estudam mas que até hoje ganham rótulos. Como eu já li em algum lugar, rótulos são para geléias e pessoas são pessoas. Tem muito hétero que se veste mais Drag do que uma Drag, tem muito hétero que é mais promiscuo do que uma balada inteira de gays juntos... Gente é gente, tem gente boa e gente má em todos os lados.
A minha pretensão aqui não é a de levantar nenhuma bandeira, mas dizer o quanto eu tenho orgulho dos meus amigos gays. Gente, tem que ser muito macho pra ser gay, muito muito!
Conheço muito hétero que não aguentaria a pressão da família, das pessoas e da sociedade, a dificuldade de não poder falar para a família e filtrar alguns amigos que podem saber que se está amando alguém, de se confrontar sobre postura nos locais, não expressar carinho por quem se ama na maior parte dos lugares só pra não receber olhares tortos ou até apanhar, como já vimos nos jornais (e que meus amigos gays muito machos fazem piada falando que tão correndo o risco de tomar uma lampadada na cabeça).
E mesmo com tudo isso, todos sabemos que as músicas que eles ouvem são as melhores, as baladas são as mais divertidas, os restaurantes que frequentam tem a comida mais falada. Eles ditam moda, estilo, são os mais bem vestidos e cheirosos e todos estão com a leitura em dia, conhecem as músicas que estão bombando e sempre mostram uma bandinha que não conhecemos.
Quanto a mim, queridos, agradeço as vocês por confiarem em mim em contar, por me ligarem pedindo ajuda, por me escutarem, por ja terem limpado minhas lagrimas, por ja terem me feito rir até chorar, por me chamar à noitinha pra um chopp no botequinho, por criar um look que me deixa gata, por me salvar na balada sendo muito macho sim senhor, por me tirar de casa me salvando da "mágoa do pântano", por entender que em alguns dias não tou podendo sair e até por me dar bronca de eu não querer ir, simplesmente porque gostam da minha companhia.
Agradeço a vocês sua amizade, sua sinceridade, aos bordões impagáveis que todas ama, todas qué, acho muito digno, louvável de falar e jamais julgaria porque somos todos assim do nosso jeito.
E sabe por que eu acho que gay é muito muito macho pra ser gay?? Putz, eu sendo menina não entendo os meninos, não entendo as ações, as palavras, meninos me confundem, mas eu gosto do desconhecido. Vocês meus queridos são homens, têm corpo, cabeça e ações de homem e mesmo assim gostam de homem e continuam não entendendo tanto quanto nós meninas.
Quanto as minhas amigas que gostam de meninas... afff vai aguentar tanta TPM!!!
Queridos amigos, obrigada por existirem na minha vida, vocês a deixam muito mais colorida e me ajudam muito a entender o "outro", até cupido ja ganhei nessa rsss...
Aproveitem amanhã, juízo! Façam da diversão seu maior protesto. Bjooss

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cansada + Brava +Tédio + TPM = Cuidado Frágil


Vááários dias sem escrever mas ando ocupadinha e as idéias não brotam.
Tem dias que é tudo ao mesmo tempo agora e a gente tem que dar uma de maestro regendo uma orquestra: dar as costas pra platéia, ficar na nossa e cuidar e nós mesmos e é o que eu ando fazendo, cuidando de mim, da familía das coisinhas normais de menina... isso porque na minha casa a única família sou eu rsss mas eu me amo e preciso dedicar um tempinho pra mim, botar as idéias em ordem, cuidar da vaidade, fazer planos...
Tem dias que o cansaço é tanto que por mais que a gente queira interagir, não dá, temos de abdicar das baladas de ambientes caóticos, senão surtamos, e logo eu a pessoa surtadinha.
É muito bom ser menina, é bom ter pele de menina, corpo de menina, fazer coisas de menina, mas a bendita da TPM nenhuma menina merece. Cada uma reage de uma forma, cada uma tem seu jeito e o meu é o do tudo ao mesmo tempo agora, de atacar várias coisas, inclusive eu, que ando atacada.
A palavra egoísmo continua me revoltando. Vamos ao dicionário: " Hábito ou atitude de se colocar os interesses, opiniões, desejos, necessidades próprios em primeiro lugar, em detrimento do ambiente e das demais pessoas."
Sim, sim, eu vejo isso todos os dias, no trabalho, quando os clientes não querem me ouvir, na família que a maioria se nega a doar um tempinho de sua vida para cuidar da minha avó e uns dos outros, em determinadas amizades que passaram, em relacionamentos que passaram.
De vez em quando temos que ser egoístas, mas nas horas certas e absolutamente não é justo descarregar nossas raivas, nossas frustrações nos outros que muitas vezes não têm culpa ou nem sabem o que está se passando com o outro lá do outro lado da linha.
Vamos agora a outra palavrinha mágica: Empatia!!! Criar empatia nessa vida é fundamental.
A palavra empatia tem a sua origem na linguagem grega – empatheia, que significa tendência para sentir o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas, vivenciadas por outra pessoa.
Isso vale para os clientes, para a familia e para qualquer relacionamento que tenhamos na vida. Nem sempre é facil porque o conflito entre egoismo e criar empatia é enorme. Para criar empatia temos que tirar o olhinho do umbigo e tentar ter uma idéia do que acontece com os outros o exercicio muscular e amplitude da imagem dificulta a visão das pessoas, o que me traz a outra palavrinha: raiva!
"Raiva é um sentimento de protesto, insegurança, timidez ou frustração, contra alguém ou alguma coisa, que se exterioriza quando o ego sente-se ferido ou ameaçado. A intensidade da raiva, ou a sua ausência, difere entre as pessoas. Joanna de Ângelis[1] aponta o desenvolvimento moral e psicológico do indivíduo como determinante na maneira como a raiva é exteriorizada."
Cada um exterioriza sua raiva de uma maneira, mas eu ando tão brava que ja não sei como botar pra fora. Tou pensando em academia, terapia, bate papo, mas a maledeta continua lá.
Acho que desatando os nós da vida a raiva vai passando, vamos esquecendo e vai ficando tudo lá cada vez menor, no final do tunel, desaparecendo devagarinho.
Mas até os nós todos serem desatados tou dando um tempo pra eles, pra mim, botando na gaveta, ignorando a chatice dos clientes (sim, tento criar empatia com eles, mas nem sempre a conexão é estabelecida), tentando ajudar a família, cuidando dos BONS amigos e, principalmente de mim mesma... aiiii TPM!!!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tempo, tempo, tempo...



Esses dias estava cheia de idéias na cabeça mas sem nenhuma coragem pra sentar aqui no meu banquinho e escrever. Acho que a minha cabeça tava meio sobrecarregada, aí me dei uns dias de folga de escrever, precisava dar um tempo pra mim mesma, cuidar de mim, da minha casa, dormir muito, ver tv e ficar longe da tela de computar que eu fico vendo umas 10 horas todos os dias no trabalho.



É impressionante como o tempo é transformador. O tempo cura, o tempo apaga, o tempo muda. Esses dias a médica me disse que eu teria de continuar meu tratamento até eu reconhecer a velha Be, reconhecer a mim mesma e eu disse pra el que isso jamais aconteceria, pois tantas coisas aconteceram que eu nunca mais vou ser igual á velha Be.



Pra mim, o tempo vem sendo bom, conselheiro, amigo e acho ótimo que ninguém acredite na minha real idade quando eu falo, sinto-me orgulhosa e é herança de família.... rsss



Ao mesmo tempo penso em como o tempo pode ser difícil, pesado, cansativo. Vejo isso claramente na minha avó, de quem eu morro de saudade. Não que eu não possa visitá-la, sim eu posso sempre que eu quiser, mas o tempo também a transformou. O tempo, somado às doenças fizeram dela hoje um filetinho do que ela foi um dia.



Minha avó nunca foi daquelas avós normais que fazem bolo, tricô e vêem novela. Ela era muito mais do que isso. Minha avó subia em árvore, atravessava a represa toda a nado, subia no telhado, gostava de mexer na terra, de plantar, de carregar peso, de fazer fogueira no quintal (e atrapalhar os vizinhos), de ir à feira e à todo lugar com seu carrinho de feira, de cortar madeira, de falar palavrão (em mais de um idioma)... Minha avó é uma das mulheres mais corajosas que ja conheci.



Ela me defendeu quando eu precisava, cuidou de mim e de todos os meus outros 13 primos sem reclamar, mas com muito prazer. Me levava para todos os lugares com ela, porque até pouco tempo eu morava com ela e aprendi quase tudo o que sei com ela, não que eu não tenha mãe, mas eu considero como se eu tivesse duas mães: uma que trabalhava muito muito e que eu via de vez em quando e a outra que eu convivia sempre, discutia, que me obrigava a comer coisas que eu não gostava a tarde toda de castigo, me fazia leite com nescau de manhã com pãozinho antes de ir pra escola, me ensinou a pintar, a usar roupas legais (minha avó pra sair usava capa, brincos bacanas, vstidos coloridos...) , a economizar e até a acumular tranqueiras.



Eu e minha avó ja rimos muito, ja fomos cumplices, ja contei segredos pra ela que minha mãe não sabe, cozinhávamos juntas, dançavamos valsas na sala de casa e ela me contava muitas muitas histórias.



Mas eu e minha avó temos um gênio bem dificil e por isso ja brigamos muito também. Mas quem nunca brigou com quem e por quem amamos?



Minha avó me ensinou que caminhar faz bem pra alma (o que eu tenho feito com frequência), pra mente, ela ficava feliz em tomar chuva, me ensinou a amar os animais, não só a mim mas toda a familia.



E hoje, como eu disse ela não é nem um décimo do que ela era. Antes ela me chamava de "minha companheira" porque eu ia com ela a todos os lugares, e como nós andavamos. Aprendi muito de História com ela, de gostar de prédios antigos, de coisas antigas.



Hoje minha avó está com quase 89 anos, precisa de ajuda para caminhar e por conta de 2 AVCs, infartos, seu coração está bem fraquinho e por isso ela quase não se lembra de nada, de nenhuma memória recente. Acho que isso é mais doloroso pra nós do que para ela.



Estou escrevendo poque venho sentindo muita muita saudade daquela mulher que andava comigo de mãos dadas, que me punha no colo e balançava porque dizia que dava cãimbra, mas eu amava o balanço das belas pernas dela. Sinto falta daquela mulher que me fazia miojo, que me dava doces, que comprava muitos muitos presentinhos pra mim e que hoje, quando eu vou segura-la pela mão para ajuda-la, ela diz: você é um amor, me da um beijo!



Hoje como ela fazia, eu durmo no chão, tento ser forte e indepentente, mas sei que não deve ter sido facil.



Eu sei que de alguma forma ela lembra de mim e de tudo o que passamos juntas, que nós éramos as companheiras. Eu sei que ela sabe e sente que eu a amo muito muito e que estou com muitas saudades da minha velha Hilllda, como eu a chamava e eu sei que o anjinho da guarda dela ta dando meu recado: Hillda Ich liebe Dich....pra sempre!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Metáforas Bibliograficas




Hoje eu estava com várias idéias sobre coisas para escrever: da Amélia que existe em mim e que despertou e arrumou a casa, do passeio no Centro que fiz com a Lisa no último final de semana, do meu auto-spa, do boliche com meus amigos e de conhecer a linda casa da Di e do Leo, de dar uma caneca com estampa suspeita pra minha avó...




Toda vez que vou postar fico com o texto, as idéias na cabeça e quando estou voltando do trabalho para casa parece que vai tudo se desenrolando na minha cabeça, vou saindo do metro, andando na rua, percebo que estou perto de casa quando passo pela árvore de Dama da Noite, pelo Bar da Louca, pelo Shopping e enquanto observo, o texto vai se desenrolando aos pouquinhos...




Na minha vida sempre tive uma relação muito boa com a leitura e com a escrita. A leitura sempre me levou a conhecer mundos, culturas, hábitos, palavras, maneiras de pensar diferentes das minhas. A escrita sempre foi uma forma de eu me expressar, colocar uma idéia, um sentimento de maneira palpável e com isso, de certa forma, me ajuda a fazer com que as coisas boas se tornem realidade.




Agora estou revisitando um livro ja lido, que ja sei o começo, o meio e o fim, mas alguns capítulos não ficaram claros. Esse é um livro daqueles que cada vez que se lê temos uma interpretação diferente, pegamos uma coisinha aqui, outra ali... e de vez em quando o deixamos lá quietinho, na prateleira para pegarmos de volta e continuar quando estivermos no momento certo.




Toda vez que pego esse livro volto para a mesma página e capítulo e a história não flui. Tenho que ler e reler, ja consultei outros livros, dicionários até outras bibliografias, mas acabo voltando sempre na mesma parte da história.




Minha sensação é que estou de volta a escola, lendo um daqueles clássicos da literatura, que não estamos preparados para ler aos 13 anos, pois não temos vocabulário nem experiência de vida para captar a essência, o que o autor quis dizer nas entrelinhas.




E toda vez que pego o livro, volto a essa página, canso de ler e reler, consultar, perguntar, mas as conclusões não vêm para que eu possa continuar a ler, terminar o livro e guardar lá na minha prateleira, lindo e glorioso, como complemento da minha biblioteca, da minha formação.




Estou em dúvida, se eu encosto o livro novamente e tento voltar à história novamente mais tarde, quando estiver mais preparada, ou se eu sento e estudo essa história, esmiuço tudo para finalmente esquecer de vez, quem sabe fazer uma doação, vender a um Sebo...




Eu acho que a essa conclusão eu vou chegar sozinha, como em muitas coisas que fiz ultimamente. Mas me sinto incomodada de ficar perturbando as pessoas sempre com o mesmo texto, as mesmas dúvidas, as mesmas angústias...




Um vez o Renato Russo escreveu "sei que as vezes uso // palavras repetidas // mas quais são as palavras que nunca são ditas..." a questão é que eu mesma estou cansada de ser repetitiva.




Peço desculpas aos meus consultores, dicionários, fontes e afins, mas será que alguém aí tem um livro novo pra me doar, emprestar, sugerir?




Há alguma resposta? (eco eco eco eco)




Mas agradeço de coração a todos sem exceção, a quem consulto ou ja consultei sobre esse velho e desgastado livro e que me deram uma resposta simples e verdadeira.