segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Fazer o que se gosta

Todo mundo tem não só um, mas vários dons, certo?

Tem gente que gosta de escrever, tem gente que gosta de costurar, de bordar, de pintar... eu sei que você aí que está lendo sabe fazer uma coisinha... Alguns levam esses dons para o lado profissional, como os músicos, os escritores, os estilistas... mas muitos acabam guardando essas habilidades somente para si e as pessoas mais próximas.

Mas vocês já pensaram que quando colocamos para fora essas habilidades estamos nos conectando com nós mesmos? Fazer o que se gosta, o que se tem habilidade, é uma forma de de nos auto presentear e talvez até de nos expressar, de nos ajudar a nos entender, porque afinal a gente é sim responsável pelo que a gente fala e não pelo que os outros entendem.

Pois bem, há alguns momentos na vida em que a gente meio que se perde. Muitas vezes deixamos a rotina tomar conta de nós, o trabalho tomar conta do nosso tempo, e até nos deixamos de lado, simplesmente esquecemos da gente. Sabe, para mim, mais importante do que passar hidratante, maquiagem, é o auto cuidado com a nossa alma e nem estou falando de religião. Nossa alma precisa respirar, ela precisa exercer suas aptidões nem que seja em um nível mais básico, nem que sejam uns minutinhos do nosso dia. Sem isso nossa alma vai adoecendo devagarinho, vai perdendo a luz, vai perdendo o significado.

Em sua origem, dom vem de dádiva, de doação, Trata-se de um presente que recebemos ali quando somos pequeninos. Por isso eu acho um desperdício tão grande quando pegamos esse presente que recebemos tão cedo sendo colocado numa caixa ali em cima em uma prateleira empoeirada. Apesar das piadas que fazemos e lemos na internet, eu tenho certeza que essa vida não pode ter sido feita apenas pra correr ali dia a dia, semana a semana, mês a mês, ano a ano apenas se alimentando de rotina, de viver pra pagar boleto. Eu acho que a gente deve viver e não somente sobreviver.

De uns tempos pra cá, eu estou aos pouquinhos me conectando comigo mesma e sentindo quão reenergizada eu fico ao fazer o que eu gosto, a fazer o que me foi presenteado. Desde que voltei a escrever eu já me reconectei com amigos de longe, pessoas compartilharam meus textos dizendo que eles tem ajudado a outras pessoas, e, muito mais do que isso, eu sinto que tirei um peso grande das costas, uma energia ali parada que atrapalhava. É como se escrevendo e produzindo, eu estivesse desatando nós e botando a casa em ordem. Fazendo meus artesanatos maluquinhos é como se as cores materializassem para o bem. Outras coisas boas vem sendo atraídas para mim. Parece mágica! Parece que finalmente o tal livro O segredo está funcionando.

Se vale de alguma coisa, se eu for útil pra você que está lendo essas minhas palavrinhas eu diria pra que você vá lá e toque seu violão, ou faça seu crochê, ou escreva seus contos, ou faça a faxina na sua casa, ou vá lá cuidar de uns animais, ou o que quer que a sua alma necessitar. Eu digo que materializando de alguma forma o que passa na nossa cabecinha ajuda os pensamentos, ajuda a nossa vida a ter sentido. Ajuda a ver um pouco de fora do que a gente é capaz. Nos ajuda a nos ligar com a gente mesmo.

E você? Qual seu dom? Arruma lá um cantinho pra ele, vai?