terça-feira, 29 de outubro de 2013

Saúde = Paz


Hoje lá no hospital tentando ser paciente como paciente, eu comecei a pensar que a minha avó sempre teve razão ao dizer que a saúde é o nosso bem mais precioso.

Hoje, de verdade, o que eu mais desejo, a minha maior ambição é ter paz na vida e para que eu consiga isso o que eu realmente preciso é ter saúde, preciso que os médicos encontrem um diagnóstico e me digam o que fazer para que esse sofrimento acabe, porque hoje eu não tenho paz nem quando vou ao médico, na verdade eu tenho um certo medo deles, porque cada um fala uma coisa e sempre me pedem aqueles exames digamos, desagradáveis e cada vez me mandam tomar um remédio diferente que ora me fazem emagrecer, ora me fazem engordar, ora me deixam enjoada ou tonta, com coceira e até outras doenças como efeitos colaterais.

Enquanto minha saúde não melhorar eu continuarei a não ter paz para sair de casa, para ir ao banheiro, para ir trabalhar, pagar minhas contas e ter conquistas maiores na vida.

Hoje eu tenho medo até de fazer coisas que sempre me deram muito prazer, como caminhar, fazer as trilhas com meus amigos, namorar, comer, praticar um esporte, arrumar minha casa. Tudo isso porque estou sempre muito cansada, com dores fortes e triste, muito triste, porque eu acabo não vivendo plenamente pelo medo, pelas dores e pela frustração de não conseguir e/ou perder as coisas.

Eu quero muito ter saúde plena para ser mais forte física e psicologicamente, porque com saúde temos força para lutar, para obter mais armas para a guerra e se orgulhar do que conquistamos.

Sabe, eu odeio a cara de peninha que fazem quando vem minha cara abatida, eu odeio que desconfiem de mim, especialmente no trabalho por conta das faltas, eu odeio não ter mais confiança em ser uma excelente profissional justamente por causa desse maldito problema de saúde.

Não acho gostoso ficar em casa dormindo um sono pesado para fugir da dor, não acho gostoso tomar remédio, não é nem um pouco agradável carregar essas marcas comigo, como cicatriz de cirurgia, roxo das picadas, pele ruim, barriga inchada, cara amassada... e mesmo com tudo isso ter que encarar julgamentos alheios, suspeitas do "será que ela tem tal coisa?" ou as perguntas "você já passou no especialista x?" ou "já fez o exame y?".

O que me ajuda é que tenho muita muita fé. Eu busco ajuda em qualquer lugar com boas energias, passe, cura, desde que não machuque pessoas ou animais eu estou dentro. E tenho certeza que Deus deve ter algo em mente para que eu tenha que resolver esse mistério. Tenho certeza que esse é parte do meu karma, uma coisa que tenho que aprender com isso, mas sim, eu continuo pensando que às vezes eu tenho o direito de ter umas discussões com Ele, porque tem horas que eu canso, como hoje, por exemplo, um daqueles dias que estou cansada de não ter paz, que eu queria tanto, mas tanto ter um pouco de tranquilidade, queria muito não sentir medo de perder o que eu conquistei, queria não ter medo de acordar amanhã e ir trabalhar de novo com dor, de novo caminhando devagar e de novo tirar mais fé, mais força e coragem para continuar.




domingo, 15 de setembro de 2013

No exercício da fé

Eu sei que "de religião, futebol e política não se discute". Eu sei, eu sei...

Mas ultimamente uma coisa que eu venho questionado não é a existência de Deus, não a minha fé Nele, porque eu tenho total certeza de Sua existência, mas sim o senso de timing Dele e talvez em que lugares ou momentos eu consiga sentir Sua presença.

Acho que estou meio que brincando de "A viagem de Theo" (http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=10898) sem a parte das viagens porque ainda bem, ou "graças a Deus" eu moro em um país com diversidade e sincretismo religioso, que me permite visitar inúmeras filosofias, culturas e pontos de vista sem ter que sair da região onde eu vivo e sem gastar muito.

Também meus amigos maravilhosos me mostram a riqueza e a beleza de sua fé e, cada vez mais, eu tenho certeza que Deus está em todos os lugares, mesmo que eu não concorde totalmente com a filosofia das pessoas, eu posso sentir Sua energia o que me leva a ter arrepios bons, leveza e muitas vezes lágrimas nos olhos apenas estando presente nesses lugares.

Uma coisa que eu acho que me ajuda muito é a criação que tive em que especialmente minha mãe e a minha avó me levaram para diversos templos de diversas religiões. Na minha casa sempre houve muito incentivo a cultura, leitura e conhecimento e elas acharam que eu conhecendo o que os outros acreditam eu poderia entender melhor as pessoas e enxergar que Deus realmente é onipresente e elas sempre me incentivaram a enxergar a bondade das pessoas, a ver seus atos por diversos prismas e que Deus tem sim seu tempo.

Às vezes quando eu tenho dificuldades grandes na vida, como agora, mesmo que enraizada na minha criação todas essas coisas (a real existência de Deus, seu timing, sua onipresença), eu meio que enfraqueço a minha fé, e resumindo: fico de mal com Ele. Mas Deus, como bom amigo sempre encontra um jeitinho faceiro de fazer as pazes comigo, ainda que rindo de mim e de meus planos, Ele acha um jeito de me ajudar e buscar o que é melhor para mim, seja soprando no meu ouvido um conselho que vem em forma de sexto sentido, seja mandando um amigo me dizer as palavras certas, seja me afastando de quem me faria mal ou até dando um tempo na minha vida para que as coisas se encaixem da maneira correta, da Sua maneira.

Eu, como amiga que ama, nunca consigo ficar de mal pra vida inteira. Fico de mal por longos períodos até, mas ele sempre busca um jeito de me cutucar e arrancar meu sorriso de novo e eu, de minha parte, fico aqui buscando mais e mais formas de entrar em contato com esse amigo querido que agora vem sendo visitando várias fés, vários de seus castelos, várias de suas casas, vários relacionamentos, vários outros amigos queridos em comum e eu quero muito agradecer a esses amigos que vem nos ajudando a ter um relacionamento mais sólido, mais puro, mais profundo. Obrigada!





quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A saga pela honestidade nas relações

Eu adoro gatos! Desde criança eu os tive, pelo menos um. E por que eu amo gatos? Eles são os amigos mais honestos que se pode ter! Se gostam, demonstram, se não gostam te ignoram, se não curtem o que está fazendo ou te arranham, ou te mordem ou abanam o rabo em protesto... depende da afinidade que tem com você.

E mesmo quando estão atrás de você com interesse, a coisa é tão óbvia que você sabe o objetivo deles.

Ok, mas o que os gatos tem a ver com a honestidade nas relações humanas? Tem a ver que eu gostaria que todos os humanos fossem como eles. Gatos são vaidosos, brincalhões e carinhosos e quem os conhece se surpreende positivamente devido lealdade de sua companhia silenciosa.

Quem dera todas as pessoas próximas a nós fossem assim leais. Quem dera a vaidade das pessoas que nos cerca fosse apenas para que as mesmas se sentissem belas e agradáveis para si mesmas e para as outras. Quem dera as pessoas tivessem a capacidade de ser uma companhia silenciosa e ao mesmo tempo comunicativa como os gatos.
Quem dera as pessoas fossem honestas em suas reações e até mesmo nos seus interesses nas outras...

Diz a lenda que gatos são traiçoeiros, que não se apegam às pessoas. Muito ao contrário! Graças a Deus as pessoas, em sua maioria se mostram boas, confiáveis, amáveis, mas às vezes, por mais que nos esforcemos, por maior que seja nossa amizade, amor e dedicação, noto que nem todos são leais, nem todos são confiáveis, mas sim traiçoeiros e eu, infelizmente tenho a mania de confiar nas pessoas até as últimas consequências. Eu demoro para me dar conta que eu não sou mais importante ou até sou descartável para determinados indivíduos.

Mas sabe, como os gatos com quem eu aprendi o poder máximo de amor e confiança, eu também aprendi com as pessoas a valorizar quem eu sei que é bom para mim e para os outros, quem respeita os sentimentos alheios e, acima de tudo, quem honra e exemplifica as própria palavras, porque quem age sem dizer já prova o que sente.

Eu sei que daqui para frente muitas pessoas entrarão em minha vida e torço para que cada vez mais elas sejam como os gatos em todas as características positivas e eu, pretendo ser como eles se não gostar delas: ignorar e seguir em frente, afinal os gatos não guardam mágoa, eles vivem na sua bela elegância de sempre.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Mas eu só queria...

"Nosso dia vai chegar,

Teremos nossa vez.
Não é pedir demais:
Quero justiça,
Quero trabalhar em paz.
Não é muito o que lhe peço -
Eu quero um trabalho honesto

Em vez de escravidão.
(Legião Urbana, Fábrica)

Muito, muito, muito tempo sem escrever aqui...
Falta de inspiração? Pura piração? Excesso de coisas na cabeça? Nada na cabeça?
Não sei... eu escrevo ali no meu caderninho, no lugar reservado só para meus olhos e, às vezes, alguns especiais, mas uma coisa mais pública não estava podendo.
Acho que me encasulei de vez e agora estou botando a cabecinha ali fora pra dar uma olhada.
Sabe, muita coisa aconteceu nos últimos meses e ao mesmo tempo nada aconteceu. Meu universo, na maior parte do tempo, se restringe aos 30m² do apezinho onde eu moro.
É muito esforço pra sentar todos os dias invariavelmente na frente do computador e mandar e-mails, encaminhar esperanças e boas energias para os sites de emprego, empresas, RH's e Linkedin e tudo relacionado à procura de emprego.
Muitas vezes eu achei que ia conseguir, mas passei raspando. Cheguei até a ter aquela certeza tranquilizadora, mas faltou feedback, tive excesso de feedback, ou foi aquele feedback padrão das empresas.
Eu entendo que os RH's devem estar assoberbados de trabalho, eu entendo que são muitas pessoas que os procuram, também entendo que é complicado dar retornos personalizados. Mas não entendo a falta de respeito com a pessoa que dispôs de seu tempo, dinheiro (sim, porque gastamos com transporte, pelo menos, para estar na hora e local marcados), esperanças e sonhos. Infelizmente não há empatia na relação das equipes de RH com os candidatos.
Também é muito difícil saber o que venho fazendo de errado: tenho curso superior, pós graduação, falo um segundo idioma fluentemente, tenho experiência, sou uma ótima profissional,mas mesmo com tudo isso, é incontável o número de "não" que recebi nos últimos meses. mas como é que vou provar isso para as empresas se simplesmente não tenho mais oportunidade? Me sinto novamente como quando procurava o primeiro emprego, angustiada e me sentindo incapaz, quando não o sou!
Sofro muito com isso, porque tudo o que eu quero e preciso é de um trabalho com o qual eu possa viver com dignidade, pagar minhas contas e sobreviver sozinha, sem sentir esse desespero que venho sentindo.
É meio que uma sensação de afogamento, de sufoco iminente. Quanto mais o tempo passa, mais incapaz eu meu sinto, mais frustrada, mais cansada, apesar de não estar fazendo nada, porque as pessoas definitivamente não foram feitas para não fazer nada, para não se relacionar com outras pessoas a não crescer no dia a dia.
Eu gostaria de saber qual é esse gap entre todo o meu currículo, experiência e networking para que até agora as empresas não tenham me contratado e estou me esforçando todos os dias para descobrir isso.
Mas, o maior esforço, o maior desafio que eu vejo não é só enfrentar mais uma entrevista, mais um não por e-mail, mandar mais um currículo, preencher mais um formulário... o maior desafio de todos é manter a esperança, a confiança e não desistir de mim mesma nem da minha carreira. O maior desafio é ser positiva sempre, é me ajudar sempre e continuar procurando.
Acho que procurar emprego é como vigiar ovos de tartaruga: é necessário cuidar dos predadores, acompanhar a corrida até as ondas do mar e, com sorte, algumas poucas voltam para essa praia para se reproduzir na próxima temporada e, com mais sorte ainda as mesmas voltem e voltem e voltem...
Eu de verdade espero que logo essas tartarugas voltem para a minha praia, porque essa temporada está longa demais, por isso estou aqui vigiando e sexta-feira tenho mais uma corrida pras ondas...