domingo, 29 de janeiro de 2012

Solta no mundo



Já faz um tempo que estou solteira e, como tudo na vida, isso tem seus prós e contras.



Eu venho aprendendo que a principal e maior responsável pela minha felicidade sou eu mesma, porque se eu colocar a minha felicidade na mão de alguém e esse alguém for embora eu fico sem o alguém e sem a felicidade.



Também aprendi que ter amigos é essencial e isso significa os MEUS amigos, porque quando se entra em um relacionamento outras pessoas entram em nossas vidas, mas às vezes esse encontro é passageiro, dura o tempo do relacionamento, às avezes até um pouquinho mais, mas são raríssimas as exceções em que garantimos uma dessas amizades para o resto de nossas vidas, mesmo que se queira isso, porque é injusto colocar uma pessoa querida no meio de uma tempestade.



Cada vez mais eu estou enxergando a mim mesma, mas não através dos olhos dos outros, mas dos meus, por isso estou me cuidando mais, afinal, a idade vem chegando...



De vez em quando aparecem pessoas bacanas. Pessoas em quem eu quero acreditar, ficar junto ter companhia, mas o passado me fez a tal gata escaldada. Hoje não confio mais completamente, hoje tenho os dois pés atrás, hoje tenho muito medo.



Cada vez que me desarmo, sinto medo, me encho de espectativas, fico ansiosa, porque eu descobri que palavras nem sempre significam intensões e gestos nem sempre são despropositais.



Cada vez que uma pessoa vem, eu me animo, fico toda felicidade, mas ao mesmo tempo quero tentar saber com quais lentes a pessoa me enxerga, o que espera de mim... às vezes tenho a sensação de que as experiências passadas, ao invés de me fazerem progredir, me fizeram regredir, porque quando vejo me pego em ações que eu tinha lá na adolescência, aí me pergunto: será que é isso? será que o problema é comigo?



E toda vez que uma pessoa aparece, vem o período bacana, de diversão e então a pessoa vai sumindo, sumindo, sumindo, como uma lua minguante, e leva com ela aquela luzinha que trouxe a principio.



Será que vai ser sempre o mesmo circulo vicioso? Porque acho triste a luz se acabar, e quando ela se vai, me sinto mais sozinha do que antes, afinal, quando só se conta consigo mesmo é mais difícil de se decepcionar, apesar de isso acontecer às vezes...






sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Paciência

"O mundo vai girando

Cada vez mais veloz

A gente espera do mundo

E o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência..."

(Lenine)



Tem épocas da nossa vida que tudo o que eu quero é tampar a respiração e mergulhar em alguma coisa silenciosa, tranquila, onde não posso ouvir nem meus pensamentos.

Tem épocas que é tão difícil racionalizar que eu não raciocino

Tem épocas em que há tantos problemas, probleminhas e problemões, pulando na minha mente, que me sinto como uma panela de pipoca, daquelas de carrocinha mesmo, sacudida e gasta de tanto uso

Tem noites, que para pelo menos melhorar o dia, um abraço sincero seria de extrema importância

Tem horas que não vejo a hora de fugir, daqui ou de mim mesma

Tem dias que queria só levantar a mão e pedir resgate

Há dias que o dia não acaba

E tem o agora, que preciso ter calma...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Da sindrome do achismo

Ano novo, ótima oportunidade de "quebrar paradigmas".
Adoro essa do quebrar paradigmas. Aprendi há muitos anos na faculdade e sempre uso na minha vidinha.
Quebrar paradigmas é mudar uma idéia já antiga, ou ver algo que já está ao nosso redor com um outro ponto de vista.
A nossa existência é um pontinho insignificante nesse universo de vidas e acho que só o fato de transformá-la, pelo menos aos nossos olhos, já traz mais cores, mais alegria ou melhor entendimento para nós e para os outros.
De vez em quando a gente tem que dar uma change pra nós mesmos e para os outros.
De vez em quando é muito bom ter uma conversa franca com alguém de quem se gosta muito, mas que por um longo, longo tempo, a gente tinha uma visão errada da pessoa. Por mais abertura que se tenha para as tais conversas de liquidificador ou brincar de jogar com alguma idéia, raramente a gente tem uma conversa sincera e real com alguém, por que bem ou mal nós mesmos e os outros usamos máscaras e é legal tirá-las, pelo ou menos um pouquinho pra que essa pessoa de que gostamos possa ver um pouco do que somos de verdade, e acho que esse é um presente muito maior do que algo material.
Mas é muito bom receber esse presente, porque às vezes uma idéia, um ponto de vista fica lá anos guardado com a pessoa, empoeirado, com chances de talvez nunca ser levado à tona, mas num belo dia aquilo, mesmo que empurrado sai lá daquele cantinho escondido das idéias.
E é muito bom dizer: obrigada pelo presente! E recomeçar, e ver aquela velha amizade com mais luz, clareza e mais possibilidades.
Quisera eu fosse assim todos os dias, quisera eu poder contar com a possibilidade de mostrar minha máscara sem ferrugem, quisera eu não ter medo de palavras ditas sob a máscara de um personagem, quisera eu não ter medo de palavras...