domingo, 27 de abril de 2014

Saudades

"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..." 
(Mario Quintana)

Uma das coisas mais extraordinárias em ser um ser humano, ao menos em parte, racional
É conseguir conviver com milhões de sentimentos todos juntinhos 
ali dividindo espaço na nossa cabeça e no nosso coração
Mas eu sinto que para sobrevivermos a essa onda, quando ela vem muito grande
É necessário simplesmente mergulhar para não senti-la
Mas, às vezes, quando voltamos a superfície para tomar um ar
Uma onda inesperada vem e nos alcança

A onda que eu sinto é das saudades
Saudades múltiplas eu diria
Saudades de mim mesma, de como eu eu já fui mais leve e despreocupada
Saudades da minha casa de infância, por mais louca que ela tenha sido
Saudades do que um dia foi a minha família
Saudades de amigos distantes, mas que continuam presentes
Saudades de alguns que não são mais amigos, mas que deixaram como presente momentos maravilhosos
Saudades de amores passados, superados, mas não esquecidos
Saudades...

Acho que agora, que estou percebendo que é um momento de renovação
Precisei buscar fôlego no passado para me preparar para o futuro
O passado serve justamente para isso, para nos preparar para o que vamos ser lá na frente
Mas isso não nos impede de ter saudades do que éramos e do que vivemos
E nem das pessoas que nos ajudaram a construir toda uma vida
tenham essas pessoas ficado lá atrás, a perder de vida
estejam elas pensando se ficam ou não
e até aqueles que sabemos e contamos que estarão ali para sempre

O fato é que esse final de semana saudades múltiplas vieram de mãos dadas
Em visões de super close ups
Saudades, saudades, saudades, saudades...









sexta-feira, 18 de abril de 2014

Relacionamentos e a síndrome do tuuuuu tuuuuu tuuuuu tuuuu

Música para o post: 

A Great Big World & Christina Aguilera - Say Something

https://www.youtube.com/watch?v=-2U0Ivkn2Ds


Dizem que quando estamos lá no céu prestes a encarnar nós escolhemos as nossas missões, os nossos karmas pra essa vida. 

Nos meus 33 aninhos de vida eu acho que até o momento só consegui descobrir quais as minhas missões: aprender a ter paciência e aprender a me relacionar com as pessoas em geral.

Sim, já acho um avanço grande ter descoberto qual a minha missão, mas queria ter já avançado mais no processo de cumpri-la e, às vezes, me pergunto: por que cargas d'água eu fui escolher duas coisas tão complicadas, especialmente quanto a lidar com as pessoas e os relacionamentos? Por que???

O que eu mais tenho sofrido é com o poder do silêncio, o poder da desinformação. Me pergunto como as pessoas conseguem não sentir nada, não fazer nada, apenas sumir da vida da gente após darmos carinho, confiança, abrir nossa casa e a nossa intimidade sem nenhum remorso? 

Me pergunto se eu que sou egoísta por querer receber algum carinho e consideração ou se as pessoas é que são por simplesmente deletar alguém assim de uma hora para a outra, sem haver chance de conversa, sem haver chance de que o relacionamento se torne qualquer coisa, menos nada.

Não sei se é porque eu sou sim uma pessoa carente, mas não carente no mau sentido, sou carente pois moro sozinha com um gato, sou carente porque estou longe física  psicologicamente da minha família, sou carente porque a vida me obrigou a ser extremamente independente e acho, que por isso mesmo, as pessoas me marcam muito, ficam ali tatuadas na minha vida e para mim é muito traumático quando elas saem assim do nada, ainda mais abruptamente e sem explicações e sem oportunidade para uma chance qualquer. Eu sempre supero, mas nunca totalmente, fica sempre uma marca dupla: a marca da pessoa (e o fato de eu ter me encantado por ela) e a marca da forma como ela se foi.

Eu espero que isso não seja um círculo vicioso na minha vida e por mais que me digam que eu tenho que ser a forte, que eu não devo me apegar, não devo confiar, também me questiono se é assim mesmo que funciona. Me pergunto se eu que tenho que mudar na minha forma de agir, se tenho que passar a ser fria... mas isso é absolutamente fugir da minha natureza que é de escrever poesia, agradar, fazer cafuné até eu ou a pessoa dormirmos. Será que é errado querer dar carinho e ficar triste quando ele não é retribuído?

Acho que não.


Bora botar curativo na ferida do silêncio e retomar a busca do poeta carinhoso que eu acho que está por aí.

sábado, 12 de abril de 2014

Filosofias baratas de aniversariante

Hoje o primeiro a me dar parabéns pelo meu aniversário foi o Google!
Fiquei pensando se isso é um sinal... será que eu ainda não encontrei o que estou procurando?
Será que a minha vida é pra ser de buscas mesmo?
Todo mundo diz que ao fazermos aniversário começamos um ano novo em nossa vida, um ano só nosso, uma chance para recomeçar.
Para mim o ano que passou foi extremamente difícil. Graças a ele eu sei hoje que riqueza é ter saúde. Que viver tranquila é não ter medo de perder algo, alguém ou, o o que é pior, a confiança em alguém e nesse meu novo ano eu quero muito voltar a ter confiança em mim mesma, no meu corpo, para que essa maquininha funcione bem e nas pessoas, porque eu odeio essa sensação de, ao conhecer uma pessoa nova já ter medo de que algo ruim possa acontecer e isso não se refere à relações amorosas somente, mas também em relações de amizade e até de família.
Nesse ano eu desejo ir ao hospital apenas para visitar amigos queridos que terão bebês, cheios de saúde;
Nesse ano eu quero gostar do meu trabalho, quero acordar feliz todos os dias para fazer algo realmente produtivo e que faça a diferença para mim e para as pessoas;
Nesse ano eu quero pagar todas as contas no mesmo mês, pagar tudo o que eu devo e quero ter a tranquilidade para me dar presentinhos e ainda ter o suficiente para poupar;
Nesse ano eu quero dar um irmão ou irmã felina ao Ozzy;
Nesse ano eu quero ser ainda mais andarilha do que sempre fui, seja na cidade ou no campo, de botas ou com os pés na areia, eu quero que as minhas pernas se movimentem em solos diferentes, em lugares diferentes;
Nesse ano eu quero comer melhor;
Nesse ano quero ir a mais shows e ouvir mais rock ao vivo;
Nesse ano eu quero ter cada vez mais dias em que ri tanto até chorar e a barriga doer;
Nesse ano eu quero refazer e renovar laços frouxos ou já quebrados;
Nesse ano eu quero voltar a me vestir do jeito que gosto no dia a dia, quero ter prazer e me cuidar e em ser mais e mais bonita pra mim mesma, especialmente.
Esse ano, algum dia, ainda que não seja o lugar onde me queiram, eu preciso dar um abraço bem grande na minha avó.
Hoje, no marco zero, eu agradeço aos que entraram e saíram da minha vida e aos que quiseram permanecer por aqui.
Eu agradeço por ter sido forte e superado grandes obstáculos e muitas vezes sozinha, tirando forças não sei de onde, porque hoje eu sei que não tenho que ser forte por ninguém, eu tenho que encontrar forças em mim mesma para continuar e às vezes, alimentar essa força de algo maior, mas que está às vezes lá dentro de mim, escondidinho não é nada fácil.
Eu não acho que daqui para a frente eu vá ser tão importante a ponto de fazer diferença para a humanidade e nem tenho esse intuito. Mas desejo que aqui, no meu mundinho, no meu pequeno universo eu continue  a trazer alegria, conhecimento e boas sensações para as pessoas e que isso se reflita nelas de maneira tão boa que se multiplique em outras e assim por diante.
Carinho para mim sempre será retribuído com carinho e gentileza sempre com gentileza. Ainda para aqueles que sou indiferente, ainda para aqueles que não gostem de mim, eu ainda consigo mandar minhas orações.
Com tudo isso, eu ainda acredito que Deus está aqui comigo, me acompanhando, porque sim, tenho um Karma a cumprir, tenha uma missão e ela que me aguarde :)