segunda-feira, 29 de agosto de 2011

E ela vai chegando

Hoje estava pensando e me dando conta de que estou ficando velha, e olha que nada aconteceu pra isso. Só estava pensativa ouvindo algumas músicas de um CD que comprei e me dei conta de que tenho 30 anos. Puxa 30 anos!
Às vezes me sinto muito mais nova do que minha idade.
Há momentos em que tudo o que eu quero é uma farra, um pouquinho de irresponsabilidade, comer tudo sem pensar, sair sem pensar no dia de amanhã.

Não me sinto com a idade pesando nas costas, mas tenho a sensação de que já vivi tanta coisa e que tenho tanto tanto a ver, a descobrir e a sentir.

Ainda tenho uma certa carinha de criança, um fescor nos olhos e no coração que não quero perder tão cedo, pelo menos não por completo.

O que eu quero é aproveitar a vida da melhor forma, correr os riscos calculados, com a cabeça no lugar e fazer o que me da vontade, o que me faz bem e não algo simplesmente para agradar aos outros, cansei disso, tenho que agradar a mim, mais do que aos todos e essa é mais uma liçãozinha que aprendi e venho aprendendo.

O meu aniversário de 30 anos já foi faz uns meses, não fiz lista de desejos, não dei um baile, mas estava ao lado de quem eu queria estar, dos que amo e isso é o importante.

E mais importante do que comemorar uma data... literalmente datada... é celebrar os desaniversários, como o Chapeleiro Louco da Alice. Comemorar todos os dias, todas as chances, todas as pessoas que vêm para esse meu pequeno círculo que só vejo crescer mais e mais.

Quando me perguntam quantos anos tenho, falo com muito muito orgulho, porque eu vivi esses anos, aprendi com eles, mas me sinto tão bem como nos vinte e pouquinos.

Me chamam de metida? Bah! Sou mesmo! E sabe, me orgulho sim, pois está no sangue, as mulheres da minha família, em sua maioria, são mulheres fortes, corajosas e muito bonitas. E sinto tanto orgulho delas! Espero não desapontar a nenhuma, espero conquistar ao menos uma parte do que elas conquistaram, sempre em frente, sempre sem parar, olhando de vez em quando para trás para aprender com os erros, mas com a vaidade intacta, psicologica e fisicamente.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Recuperação



Tadinho do meu blog, tava sozinho, abandonado, mas não, não esqueci dele.



Na verdade tenho pensado nele, mas é tanta coisa pra resolver, tanta coisa acontecendo que infelizmente (ou felizmente) tive que me focar nas prioridades.



Bom, uma pequena retrospectiva:



Para quem não sabe, agora tenho no currículo mais 11 dias de hospital.



Dores e mais dores e não havia quem descobrisse o que eu tinha, indo e voltando de hospital, médico achando que eu tava mentindo pra pegar atestado. Médico pensando se eu pudesse ter vermes (bom sou comilona, confesso, mas daí a ter vermes...). Médico pensando que eu poderia estar grávida. Que a dor que tava na barriga era por causa de qualquer outra coisa, menos uma coisa na barriga. Pois bem, um dia eu pedi arrego e aí a médica falou: Bom, agora vc não sai daqui até a gente te revirar do avesso e descobrirmos o que vc tem.



O resumo da ópera: reviraram do avesso, descobriram, trataram e continuarão tratanto.



Mas também fiz muitos amigos e amigas (enfermeiras do Santa Isabel, obrigada de novo, vocês são umas queridas). Marcela e Thais, obrigada pela companhia agradável, mesmo no estado em que estávamos, o bom humor, as brincadeiras sempre imperavam.



O mais engraçado é que, apesar de ainda estar debilidada, apesar de eu ter passado 11 dias bem difíceis, saí de lá com otimismo, sabendo que graças a Deus tenho amigos mais do que maravilhosos que eu amo muito e que também me amam e se preocupam comigo. Saí de lá com energia, fome de viver, de sentir, de me divertir, de coisas boas.



Sinto que esses 11 dias foram reservados especialmente pra mim e que o destino está preparando coisas bem legais. Para mim, não é por acaso que fiquei onde fiquei, com quem eu fiquei, quem cuidou de mim e eu sentin também que de certo modo estava cuidando dos outros.



Esses dias me serviram para aprender que cuidar não é me doar 100%, é doar o que posso. Aprendi que palavras de carinho, de consolo, de alegria são mais valiosas do que qualquer presente. Aprendi a agradecer mais e mais. Aprendi que a minha alegria pode cativar os outros e tornar tudo ao meu redor mais facil.



Também sei hoje, que dormir demais cansa. Que comer demais da tontura.



Aprendi que pedir ajuda é importante. Que de vez em quando, quando vem a mágoa do pântano, é preciso empinar mais a cabeça, botar a boca no trombone e gritar HELP!



E esse HELP! Não é só pra ajuda com uma coisa, é com ajuda pra animar, pra conversar, pra desabafar.



Ajudar é importante, pedir ajuda também.



E agora? Estou recuperando o tempo perdido. estou botando a casa, as coisas e a vida em ordem.



Estou me preparando para o caso de eu tomar decisões importantes, estabelecer metas, buscar o melhor para mim e o melhor de mim.



Não quero esquecer nada do que passou, mas quero aprender com os erros, manter os amigos de verdade e botar pra fora tudo o que não é bom... botando o lixo pra fora e trazendo luz pra dentro.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

É canja!!



10 dias!!



Estou fora do mundo real há 10 dias exatos.



Os únicos sintomas que tenho agora são tédio e gases, e muitos gases!



Estou acostumada a vida corrida, a caminhar, a ver gente, e agora estou aqui em outra dimensão, em um universo paralelo, vulnerável, me sentindo privada da liberdade de decisão, da minha intimidade, das minha decisões, dos meus pequenos segredos que agora estão sendo expostos ao vento.



Mas tenho pensado muito aqui nesse Big Brother sem câmeras.



Mais do que nunca, me sinto querida, amada e lembrada pela minha família e amigos. Nunca recebi tantas ligações, recados carinhosos, visitas mais do que desejadas.



Minha família, graças a mim está se unindo, se reunindo para juntos buscar soluções para me ajudar, ajudar a minha avó e a eles mesmos, como uma família.



E eu me sinto cada vez mais valorizada como pessoa. Sinto como é fácil fazer amizades e como elas são importantes para o meu dia-a-dia, meu bem estar. Amizade, simpatia, educação, consideração, criar empatia, não ocupa espaço, não dói, não prejudica... só abre portas, derruba muros e paredes.



Otimismo faz bem a saúde. Sorrisos curam. Acreditar que Deus é bom e no melhor das pessoas só desperta o melhor.



Também venho aprendendo e valorizando muito, mas muito mesmo a profissão da minha mãe, da minha avó e de várias pessoas da minha família e rede de amigos. A enfermagem.



Posso dizer que graças as enfermeiras, especialmente as Auxiliares de Enfermagem, me sinto protegida, cuidada e acarinhada. Vejo como pra elas (e eles) é corrido, mas gratificante e que, de verdade, tem que gostar do que faz. Agradeço de coração a todas as meninas que vêm cuidando de mim e da Marcela, minha atual roommatte e da Thais, a roommatte anterior.



Aqui, encontro tempo para pensar, para escrever, para meditar, ver tv e sentir tédio, por que não?






Uma amostrinha do que produzi aqui:






É Canja!






Cabelo bagunçado



Corpo cansado



Vontade de levantar



Vontade de deitar



Sempre penso na pirâmide de Maslow



Agora meu grau de satisfação



Concentra-se na base da pirâmide



Necessidades básicas



Conforto, seguraça, tranquilidade



Uma boa refeição



Uma boa refeição



Uma boa refeição



Não sentir medo



Ou pelo menos tentar



Ou ainda fazer com que a coragem



Seja maior e sente em cima dele



Sinto medo por mim,



Pelos que amo,



Pelo que conquistei



Sinto medo de perder



E quero apostar e ganhar afirmando



"É só mais uma marolinha"



"Devo ser forte porque Deus nunca da mais peso do que podemos carregar"



E aqui, pensando, devo ficar orgulhosa



Porque em 10 dias, em apenas 3 eu fraquejei



E esse dia foi ontem



Hoje é outro dia



Hoje abro a porta, vejo minha altura



frente aos outros



Vejo o sol lá fora



Sei que é sábado



Pastel de feira (de palmito)



Sei que é agosto



Festa da Achiropita



Sei que é 2011



Internet wireless e facebook bem do lado



Sei que estou em São Paulo



Estou perto das pessoas e das coisas



E sei que estou aqui



Por isso, vou botar a máquina para funcionar



Passar meu creme



Ajeitar o cabelo



Porque por pior que estejam as coisas



É preciso ter dignidade



E não! Canja Nããããooooo!!



A canja foi embora



E a janela está aberta



para o sol e os sons de Sampa entrarem



Lua crescente, céu azul, sol presente



Bom sinal!