segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Amor em cartas

Não, esse não é um texto sobre romance, nem do passado, nem do presente, nem do futuro. Não, não... esse texto é para falar sobre outro tipo de amor.

Há alguns meses uma grande, enorme, gigante amiga,  começou a enviar cartas para mim e outras amigas de nosso grupo. Não se tratam se conselhos, mas sim de carinho e de compartilhamento de idéias.

Ela nos manda com sua letra linda palavras fofas, textos que leu por aí, desenhos, papéis de cartas delicados... cada vez é uma coisa e cada vez é uma maravilhosa surpresa que muda completamente meu dia.

A ideia dela vem do projeto Amor em cartas, que tem como missão: "Resgatar o poder do amor e promover o bem ao próximo escrevendo cartas, fortalecendo a educação e a solidariedade."

Pela minha própria reação e de minhas amigas, com uma emoção tão bacana ao receber esse carinho eu resolvi começar a compartilhar com alguns vários amigos do coração. Escrevo quando tenho tempo, quando tenho inspiração e estou notando que quanto mais eu escrevo, mais inspiração eu tenho e é muito bom dedicar um tempo, um carinho para as pessoas que amamos.


Hoje em dia, com a internet, as redes sociais e os aplicativos de mensagens instantâneas o máximo de tempo que as pessoas perdem umas com as outras é uma mensagem rápida com alguma figurinha. Falta mais contato humano, falta mais carinho. Quando eu recebo ou escrevo uma carta eu recebo e dôo energias boas. A letra de mão que aprendemos lá na escola quando pequenos volta a ser exercitada e memórias boas de tempos que não voltam mais vêm flutuando a nossa mente, seja recebendo ou enviando uma carta. Cartas são um carinho tátil, um carinho que podemos guardar e, lá na frente, anos depois, podemos ler novamente e sentir novas emoções, totalmente diferentes daquelas sentidas pela primeira vez em que recebemos a mesma mensagem.

No último mês eu enviei 18 cartinhas, cada uma para um amigo diferente, pensadas especialmente para cada um. Eu digo que toma certo tempo e é um desafio para mim mesma escrever, me doar e imaginar mensagens diferentes com emoções diferentes para cada um. Mas o resultado é tão ou mais emocionante do que escrever. O presente que enviamos, pagando o preço de um selo, volta em mais amor e mais carinho e, o mais legal, a maioria que recebe também tem vontade de compartilhar a idéia enviando para seus amigos.

Cá estou eu, empolgadíssima já bolando as idéias para as próximas cartas, agora para mais pessoas, com mensagens, sorrisos e mais amor.

Esse mundo tão grande, com tanta gente e com tantos desafios já é difícil o suficiente. Temos muitas coisas e muitas informações para serem digeridas ao longo do dia. Então, por que não mudar o dia de alguém que amamos? Por que não colocar um pouco de cor, um pouco de sorriso e de otimismo no rosto das pessoas? 

Isso tem mudado os meus dias para o bem com mais e mais inspiração, tanto para leituras construtivas, compras de papéis de cartas, busca de boas idéias na internet... e sabe o mais legal? Eu tenho tantos, mas tantos amigos que não estou dando conta do recado. Com tanto amor a dar eu tenho certeza que tenho muito mais amor a receber. <3

domingo, 10 de agosto de 2014

No gerúndio dos acontecimentos

"E ouvi uma voz, que diz: "não há razão
Você sempre mudando, já não muda mais"
E já que estou cada vez mais igual
Não sei o que fazer comigo"
(Trecho da música "Não sei o que fazer comigo da banda Vespas mandarinas
Letra e som disponíveis em https://www.youtube.com/watch?v=HiNuv8gpfZs )

Essa semana assistindo ao programa Saia Justa no cana GNT, a atriz Irene Ravache citou essa frase: "No gerúndio dos acontecimentos" e desde então isso não saiu da minha cabeça.

Eu sei que a vida é feita de ciclos de acontecimentos e que todo mundo passa por fases e que muitas vezes nem nos damos conta de que estamos no meio delas e aí, lá no futuro é que nos lembramos daquele momento.

Mas agora, me dei conta de que estou bem aqui, no gerúndio de múltiplos acontecimentos.

Eu estou aprendendo uma nova profissão, estou enfrentando um meio para um fim, estou buscando novas atividades, estou correndo atrás.

Também estou esquecendo, superando...

Há uns anos quando saí de casa eu tive que aprender a gostar da minha própria companhia, aí quando eu vi que gostei demais, passei muito tempo comigo mesma. Hoje estou buscando o equilíbrio entre conviver comigo mesma e buscando companhia, mas companhia interessante e que me faça bem e ainda bem, eu tenho amigos maravilhosos que entendem minhas neuras e meus momentos de "de volta ao casulo".

Hoje também estou aprendendo a lutar pelos meus direitos e pelo que gosto. Estou respeitando a minha opinião. Estou aprendendo a não deixar mais pra lá como fazia antes. Para não magoar os outros eu sempre acabava me magoando e ficava quieta ou falava beeeemmm depois quando as coisas esfriavam. Hoje se não me agrada eu vou lá e reclamo, coisa que também estou aprendendo a fazer para não perder a medida entre a agressividade e a razão - coisa que já aconteceu e me arrependo muito. E isso é um exercício a que estou me dedicando muito.

Me preocupa muito muito mesmo a minha saúde e estou buscando cura onde ela estiver. Nos últimos anos meu corpo me pregou algumas peças muito sérias e eu de verdade me preocupo. Tenho uma vida, tenho o Ozzy para cuidar e quero ser feliz, por isso estou em busca de médicos, terapia holística, terapia, magia, qualquer coisa que me cure definitivamente desses pire paques todos.

Também estou aprendendo a ter paciência. Estou aprendendo que nem sempre as pessoas são iguais a mim, estou aprendendo que nem todos tem o mesmo tempo que eu e visão de mundo que tenho. Isso não tem sido fácil e é um exercício diário.

A mesma paciência estou tendo que ter para aguardar. Há coisas que não dependem da gente e que precisam ter seu próprio rumo, acontecer por si só e cabe a mim vigiar a certa distância, tomar as ações quando necessário, mas o maior papel é aguardar e isso me dá muita angústia. Uma pessoa ansiosa como eu sofre quando sabe que seu papel é simplesmente ficar aguardando.

Acho que o tempo nos traz essa possibilidade, de além de viver os acontecimentos de nossas vidas por dentro deles, mas o conhecimento para, em certos momentos, parar ali, na arquibancada para assistir e analisar o que está acontecendo, tirar lições mesmo antes do final da história e tentar ser uma pessoa melhor. Mas ainda assim me dar conta de que estou aqui no olho do furacão não me traz calma, mas sim mais angústia e mais motivos para pensar e analisar porque eu sei que saindo desse gerúndio virão outros, e outros, e outros...

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Re-conhecer

Finalmente eu alcancei aquela fase de dúvidas eternas sobre a vida!

Aquela fase da qual todos comentam, aquela fase de angústia e uma solidão terrível, porque a gente tem tudo na mão: independência, conhecimento, liberdade, dinheiro (até certo ponto), mas, apesar de tudo isso bate uma grande solidão porque temos que nos defender sozinhos e tomar as decisões sozinhos e isso é uma das coisas mais difíceis da maturidade.

Agora  estou naquela fase de reconhecimento, no sentido de que estou me conhecendo novamente. Me pego agindo de maneira diferente ao que eu fazia, me pego tomando decisões mais racionais, me pego fazendo escolhas diferentes, duvidosas ou não e, em alguns aspectos eu não tenho gostado de mim mesma em certas situações. Hoje eu sei que não adianta simplesmente eu engolir e continuar, eu sei que se eu não gostar de algo, eu preciso mudar e não conviver com aquilo, não posso negar minha natureza e tentar ser o que eu não sou e isso também é parte da maturidade, além do fato de eu saber que não posso jogar tudo pro alto e ir mudando, porque há sim consequências tanto na minha vida como na vida dos outros.

Mas, pensando em tudo isso ainda tenho dificuldades em saber pra que lado virar o volante da minha vida. Decisões antigas como: o que vou ser quando crescer? Quero estudar ou não? Que estilo de roupa e de vida devo seguir (afinal os anos passam, a gravidade faz efeito e a moda da barriguinha de fora já passou)?Em que devo investir meu tempo e meu dinheiro? Em quem e como confiar, uma vez que já tenho experiência e bagagem na vida?

Sabe, eu gosto da minha independência, tenho orgulho das minhas conquistas, mas tem horas que eu não sei o que fazer com isso tudo, por mais que eu leia, por mais bem informada que eu seja, às vezes sinto que há excesso de bagagem e é difícil carregar tudo e ir em frente.

E sabe, se entender a mim mesma, que eu sei no que estou pensando, que me conheço um pouco, que sei do meu caráter, é extremamente complicado, imagina entender as pessoas desse mundo? A angústia aumenta, as dúvidas são enormes e, o que é pior, eu sei que isso nunca vai mudar, porque eu sei que vou me encontrar em algum momento, mas aos outros...


terça-feira, 8 de julho de 2014

Sobre o Brasil e a Copa do Mundo


Ok, Ok, cá estou eu triste já que a nossa Seleção perdeu de goleada em plena semifinal da Copa do Mundo realizada em nosso país.

Isso me incomoda? Sim! Isso me deixa triste? Sim!

Não só porque é a Seleção que representa minha bandeira, mas como brasileira, o futebol está em minha cultura e a Copa do Mundo é o maior momento de patriotismo em um país que não luta lá fora com armas, mas com um esporte. O futebol sim nos representa como cultura, ele representa através de movimentos, de tática, de lances e jogadas criadas por nossos jogadores, pela nossa malandragem no jogo e não é a toa a enxurrada de lágrimas, de reclamações.

Posso dizer que o futebol nos representa mais do que o samba, mais do que a caipirinha, a mulata e a feijoada. A cada quatro anos o país literalmente para para assistir aos jogos e sofre com eles. A cada quatro anos pessoas que nem ligam para futebol passam assistir jogos, conhecer regras e jogadores e isso com certeza não acontece com a feijoada, a caipirinha e o samba.

Por isso hoje sentimos tanto essa derrota humilhante por 7X1. Nossa principal manifestação cultural foi arranhada. Mesmo sendo um esporte, onde se está sujeito a ganhar ou perder, para nós brasileiros perder um jogo como esse e dessa forma é um (mal) momento que nunca esqueceremos. Hoje vimos a História sendo escrita.

Mas sabe, apesar desse desfecho para a nossa Seleção, eu fico triste que as pessoas deixem de pensar em tudo o que a Copa nos trouxe e trará. Não, não estou aqui para enaltecer partido político, politicagem ou qualquer coisa desse tipo, na verdade eu estou cansada de tantas reclamações nas redes sociais falando que a Copa estava comprada, que a culpa é do partido X, que os jogadores só querem saber de dinheiro, que se o Neymar tivesse se tratado no SUS ele nunca mais voltaria... gente, temos que separar as coisas.

Sim, os jogadores ganham muito dinheiro! Porque eles merecem, eles foram atrás do sonho da grande maioria dos meninos brasileiros e o realizaram. Mas dá para ver que, mesmo com o dinheiro, aquele momento é o auge da carreira de um jogador brasileiro: jogar na Seleção. Haja vista a emoção ao cantarem o hino, o choro, o pedido de desculpas do David Luiz dizendo querer levar alegria para o povo. Lembrem-se que homem não chora...

Com relação a política, é claro que em qualquer evento como esse haverá interesse de todas as partes, especialmente as classes política e econômica, cada uma querendo buscar sua fatia. Mas desde que soubemos que teríamos uma Copa aqui no Brasil eu nunca em toda a minha vida vi tanta gente refletindo sobre nossa política, especialmente com o tal do "Padrão FIFA", sobre o tal do "E na Copa?", sobre nossa infra estrutura, sobre cada manifestação feita nas ruas, sobre cada discurso e matéria tanto em nossa como na imprensa estrangeira.

Temos sim que lamentar o placar de hoje, mas não acho que, como agora estão anunciando na imprensa estrangeira, seja o fim de nossa tradição no futebol. Nem acho que devemos só reclamar de nossa política, reclamar do evento, reclamar dos argentinos, reclamar...

Acho que agora é o momento de repensarmos e usarmos tudo como lição, aprendizado e buscarmos caminhos para o futuro.

Com relação a política, por que não continuarmos a refletir, a protestar e buscar nossos direitos. É hora de buscarmos nossa responsabilidade sobre o que acontece com nosso país. Graças a Copa sabemos que conseguimos sim buscar focos de corrupção, que conseguimos melhorar nossa infra-estrutura e sabemos que a construção dos estádios e outras obras não é um mar de rosas de perfeição. Sabemos que com os protestos do último ano somos sim fortes, mas claro, temos que saber pelo que estamos protestando, não somos vaquinhas de presépio que respondem ao chamado de uma voz sem nome. Temos que saber porque e como deveremos lutar e para isso devemos buscar informação e não simplesmente seguir a onda.

Com relação ao futebol, nos resta torcer. Nos resta aprender a ser torcedores e continuar apoiando a Seleção, mas cobrar das instituições mais do que tivemos. Falta pressionarmos para que saibam que o que representam é a nossa Cultura. Sabemos, claro que ali é mais do que futebol, é dinheiro, é política e muitas outras coisas não tão bonitas como um belo drible. Tenho certeza que após esse tombo vão se mexer e correr atrás, já que o país do jeitinho, do "tudo para última hora" também é assim com o futebol.

Hoje estamos vendo um momento de, espero eu, quebra de paradigmas. Sabemos que agora começa a corrida para as eleições, sabemos que agora estamos saindo de um sonho e voltando a realidade, mas por que a realidade não pode ser boa, de esperanças?

Graças a Copa, nosso país está sendo visto muito positivamente lá fora. Como turismóloga vejo as notícias de que eles querem voltar, de que nosso povo é maravilhoso, apesar de nossos problemas e da maneira que nos vemos lá fora. Somos temas de livros estudo sobre cultura. E, além disso, em nenhuma outra Copa houve tantos questionamentos com relação a FIFA, com relação as imposições feitas por essa instituição tão poderosa. Não foi em um país da Europa, nos EUA, no Japão, foi aqui e isso, com certeza foi comentado e notado aqui e lá fora.

Não sou cega e nem ingênua com relação a nossos problemas, mas acho que devemos valorizar o que temos de bom, e isso a Copa nos ajudou, e também devemos lutar para que melhoremos, ao invés de somente reclamar e fugir para outro país mais consolidado politica e economicamente, mas com tantas diferenças culturais, nem tão positivas, das nossas.

Acho que esse é o momento de nos valorizarmos como povo, mas também é o momento de aprendermos a perder no futebol e lembrar que, mais do que uma manifestação cultural de nosso país, trata-se de um esporte onde se ganha, se perde e onde se corre atrás do prejuízo. É hora de colocarmos a casa em ordem e buscarmos o progresso.

domingo, 27 de abril de 2014

Saudades

"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..." 
(Mario Quintana)

Uma das coisas mais extraordinárias em ser um ser humano, ao menos em parte, racional
É conseguir conviver com milhões de sentimentos todos juntinhos 
ali dividindo espaço na nossa cabeça e no nosso coração
Mas eu sinto que para sobrevivermos a essa onda, quando ela vem muito grande
É necessário simplesmente mergulhar para não senti-la
Mas, às vezes, quando voltamos a superfície para tomar um ar
Uma onda inesperada vem e nos alcança

A onda que eu sinto é das saudades
Saudades múltiplas eu diria
Saudades de mim mesma, de como eu eu já fui mais leve e despreocupada
Saudades da minha casa de infância, por mais louca que ela tenha sido
Saudades do que um dia foi a minha família
Saudades de amigos distantes, mas que continuam presentes
Saudades de alguns que não são mais amigos, mas que deixaram como presente momentos maravilhosos
Saudades de amores passados, superados, mas não esquecidos
Saudades...

Acho que agora, que estou percebendo que é um momento de renovação
Precisei buscar fôlego no passado para me preparar para o futuro
O passado serve justamente para isso, para nos preparar para o que vamos ser lá na frente
Mas isso não nos impede de ter saudades do que éramos e do que vivemos
E nem das pessoas que nos ajudaram a construir toda uma vida
tenham essas pessoas ficado lá atrás, a perder de vida
estejam elas pensando se ficam ou não
e até aqueles que sabemos e contamos que estarão ali para sempre

O fato é que esse final de semana saudades múltiplas vieram de mãos dadas
Em visões de super close ups
Saudades, saudades, saudades, saudades...









sexta-feira, 18 de abril de 2014

Relacionamentos e a síndrome do tuuuuu tuuuuu tuuuuu tuuuu

Música para o post: 

A Great Big World & Christina Aguilera - Say Something

https://www.youtube.com/watch?v=-2U0Ivkn2Ds


Dizem que quando estamos lá no céu prestes a encarnar nós escolhemos as nossas missões, os nossos karmas pra essa vida. 

Nos meus 33 aninhos de vida eu acho que até o momento só consegui descobrir quais as minhas missões: aprender a ter paciência e aprender a me relacionar com as pessoas em geral.

Sim, já acho um avanço grande ter descoberto qual a minha missão, mas queria ter já avançado mais no processo de cumpri-la e, às vezes, me pergunto: por que cargas d'água eu fui escolher duas coisas tão complicadas, especialmente quanto a lidar com as pessoas e os relacionamentos? Por que???

O que eu mais tenho sofrido é com o poder do silêncio, o poder da desinformação. Me pergunto como as pessoas conseguem não sentir nada, não fazer nada, apenas sumir da vida da gente após darmos carinho, confiança, abrir nossa casa e a nossa intimidade sem nenhum remorso? 

Me pergunto se eu que sou egoísta por querer receber algum carinho e consideração ou se as pessoas é que são por simplesmente deletar alguém assim de uma hora para a outra, sem haver chance de conversa, sem haver chance de que o relacionamento se torne qualquer coisa, menos nada.

Não sei se é porque eu sou sim uma pessoa carente, mas não carente no mau sentido, sou carente pois moro sozinha com um gato, sou carente porque estou longe física  psicologicamente da minha família, sou carente porque a vida me obrigou a ser extremamente independente e acho, que por isso mesmo, as pessoas me marcam muito, ficam ali tatuadas na minha vida e para mim é muito traumático quando elas saem assim do nada, ainda mais abruptamente e sem explicações e sem oportunidade para uma chance qualquer. Eu sempre supero, mas nunca totalmente, fica sempre uma marca dupla: a marca da pessoa (e o fato de eu ter me encantado por ela) e a marca da forma como ela se foi.

Eu espero que isso não seja um círculo vicioso na minha vida e por mais que me digam que eu tenho que ser a forte, que eu não devo me apegar, não devo confiar, também me questiono se é assim mesmo que funciona. Me pergunto se eu que tenho que mudar na minha forma de agir, se tenho que passar a ser fria... mas isso é absolutamente fugir da minha natureza que é de escrever poesia, agradar, fazer cafuné até eu ou a pessoa dormirmos. Será que é errado querer dar carinho e ficar triste quando ele não é retribuído?

Acho que não.


Bora botar curativo na ferida do silêncio e retomar a busca do poeta carinhoso que eu acho que está por aí.

sábado, 12 de abril de 2014

Filosofias baratas de aniversariante

Hoje o primeiro a me dar parabéns pelo meu aniversário foi o Google!
Fiquei pensando se isso é um sinal... será que eu ainda não encontrei o que estou procurando?
Será que a minha vida é pra ser de buscas mesmo?
Todo mundo diz que ao fazermos aniversário começamos um ano novo em nossa vida, um ano só nosso, uma chance para recomeçar.
Para mim o ano que passou foi extremamente difícil. Graças a ele eu sei hoje que riqueza é ter saúde. Que viver tranquila é não ter medo de perder algo, alguém ou, o o que é pior, a confiança em alguém e nesse meu novo ano eu quero muito voltar a ter confiança em mim mesma, no meu corpo, para que essa maquininha funcione bem e nas pessoas, porque eu odeio essa sensação de, ao conhecer uma pessoa nova já ter medo de que algo ruim possa acontecer e isso não se refere à relações amorosas somente, mas também em relações de amizade e até de família.
Nesse ano eu desejo ir ao hospital apenas para visitar amigos queridos que terão bebês, cheios de saúde;
Nesse ano eu quero gostar do meu trabalho, quero acordar feliz todos os dias para fazer algo realmente produtivo e que faça a diferença para mim e para as pessoas;
Nesse ano eu quero pagar todas as contas no mesmo mês, pagar tudo o que eu devo e quero ter a tranquilidade para me dar presentinhos e ainda ter o suficiente para poupar;
Nesse ano eu quero dar um irmão ou irmã felina ao Ozzy;
Nesse ano eu quero ser ainda mais andarilha do que sempre fui, seja na cidade ou no campo, de botas ou com os pés na areia, eu quero que as minhas pernas se movimentem em solos diferentes, em lugares diferentes;
Nesse ano eu quero comer melhor;
Nesse ano quero ir a mais shows e ouvir mais rock ao vivo;
Nesse ano eu quero ter cada vez mais dias em que ri tanto até chorar e a barriga doer;
Nesse ano eu quero refazer e renovar laços frouxos ou já quebrados;
Nesse ano eu quero voltar a me vestir do jeito que gosto no dia a dia, quero ter prazer e me cuidar e em ser mais e mais bonita pra mim mesma, especialmente.
Esse ano, algum dia, ainda que não seja o lugar onde me queiram, eu preciso dar um abraço bem grande na minha avó.
Hoje, no marco zero, eu agradeço aos que entraram e saíram da minha vida e aos que quiseram permanecer por aqui.
Eu agradeço por ter sido forte e superado grandes obstáculos e muitas vezes sozinha, tirando forças não sei de onde, porque hoje eu sei que não tenho que ser forte por ninguém, eu tenho que encontrar forças em mim mesma para continuar e às vezes, alimentar essa força de algo maior, mas que está às vezes lá dentro de mim, escondidinho não é nada fácil.
Eu não acho que daqui para a frente eu vá ser tão importante a ponto de fazer diferença para a humanidade e nem tenho esse intuito. Mas desejo que aqui, no meu mundinho, no meu pequeno universo eu continue  a trazer alegria, conhecimento e boas sensações para as pessoas e que isso se reflita nelas de maneira tão boa que se multiplique em outras e assim por diante.
Carinho para mim sempre será retribuído com carinho e gentileza sempre com gentileza. Ainda para aqueles que sou indiferente, ainda para aqueles que não gostem de mim, eu ainda consigo mandar minhas orações.
Com tudo isso, eu ainda acredito que Deus está aqui comigo, me acompanhando, porque sim, tenho um Karma a cumprir, tenha uma missão e ela que me aguarde :)


terça-feira, 11 de março de 2014

Presente

O presente é um caminho
Uma ligação entre um toque na campainha
E um novo abraço apertado
Entre memórias que persistem
E sonhos vividos 24 horas por dia

O presente é tempo para planejar
Projetar planos infalíveis
Criar mais expectativas
Viver o dia a dia cinza
na espera de dias azuis e laranja
Como um pôr do sol à beira mar

O meu play de hoje
Tem desejos de FF
Mas aquele futuro
Aquele ponto exato da fita
Espera uma câmera lenta
Não vê a hora de um repeat
Só quer tocar em looping

O meu presente vive
Mas respira passado
Se alimenta do futuro
O meu presente se chama saudade

domingo, 2 de março de 2014

Take my breath away

"A vida não é feita de quantas vezes você respira, 
mas sim quantas vezes te tiraram o fôlego" 
(Citação do filme Hitch)

E do que é feita a vida sem emoções?
Agora, passado o tempo em que não as buscava
Vejo que passei muito tempo anestesiada
Mas como é difícil voltar à tona
Sair da calmaria também dá trabalho
Medo das expectativas, medo de ter medo
Medo de ter medo de ter medo

Vejo que simplesmente respirar, que simplesmente sobreviver não é suficiente
Precisamos de muito mais do que isso
Precisamos nos emocionar

Aguardar com ansiedade é saudável
Sentir lágrimas nos olhos por algo bom é mais do que saudável,
Faz bem para a alma
Compartilhar o cotidiano
Querer muito muito ouvir e ser ouvida
(ainda que a modernidade seja feita de letrinhas)
É entrar em ressonância com alguém
E como é raro encontrar uma vibração igual à nossa!

Agora, ao que parece, minha função é elogiar
fazer o bem
Agradar
Porque o que agrada aos meus olhos e ao meu coração
Precisa saber que o faz

Ainda que as minhas pílulas de felicidade
tenham como ingrediente também a saudade,
Prefiro perder o fôlego de vez em quando
Hiperventilar às vezes
A ter de novo aquela vida monótona
Em que nem se nota quando respira


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Inspiração

"Não exijas mais nada.
não desejo
também mais nada,
só te olhar,enquanto 
A realidade é simples e isto apenas."
(Mário de Andrade)


A inspiração se ausenta quando nada ou quase nada acontece
Nada bom, nada de todo o mau
A inspiração volta quando um sopro de felicidade vem
Seja pela janela, seja por uma palavra, seja por sinais ao longe
Aquela nuvem  branca e fofinha perdida em um céu há muito tempo azul

A inspiração agora chegou pela tecnologia
Primeiro me fez sonhar, imaginar
Praticar a língua do "s". Ensinar a língua do "n"

A inspiração é feita de água e horizonte
Eu sou feita de concreto armado e terreno acidentado
A inspiração é feita de cordas e palhetas
Eu sou feita de letras, idéias, papéis e canetas

Agora que tenho algo em que me inspirar
deixei de simplesmente sonhar
Agora eu relembro
Agora eu durmo quase sofrendo
Porque simplesmente sonhar não é suficiente
Eu quero me fazer presente
Da maneira que for
Palavras, vozes, promessas, idéias
Eu quero e vou me esforçar pra continuar me inspirando
Ainda que em doses homeopáticas

Penso nas palavras cariocas esperançosas de Vinícius
Penso no poema simples do paulista Mario de Andrade
E mesmo assim a esperança persiste em ficar
E eu, espero, vai continuar assim...