Quem me conhece do passado remoto, muito muito remoto sabe que eu era meeegaaa tímida, chata (não que eu tenha deixado de ser totalmente, afinal o ser humano aqui é o mesmo), CDF, magrela, enfim, eu não era a mais pop das pessoas.
Filho único é fogo, tem que aprender e descobrir as coisas por conta própria, não tem um desbravador que o ajude antes, nem um um cúmplice que dê uma retaguarda. Se bem que na escola eu admito que eu era CDF mesmo, eu gostava de estudar e de me prender no mundinho dos livros, gostava de ser a estranha que ficava os intervalos na biblioteca.
Mas tem uma hora que a gente acorda pra vida né? Passa a se socializar, querer sair do mundo da Imaginação (não, gente, não aquele da Xuxa) para aprender mais do que está escrito nos livros.
Eu posso dizer que comigo vencer a timidez demorou pra caramba e ela continua me vencendo de vez em quando em certas circunstâncias, mas na maior parte do tempo não a deixo me atrapalhar.
Outro dia estava vendo uma reportagem sobre timidez e concordei com o que disseram: como qualquer desafio, a timidez pode ser vencida pela teimosia e por uma bela távola, de qualquer formato. Távola, como a do rei Arthur sim, onde os cavaleiros tinham democracia para debater as idéias e tomar as decisões (bem, assim diz a lenda).
Bom, o fato de estarmos sentados em uma mesa (com amigos, com boa companhia) ja é um bom passo, pois conhecer gente boa e que valha a pena gastar horas de conversa banal já é um grande mérito. A mesa de casa, com a família é uma zona de conforto, enquanto a mesa com os amigos e pessoas que estamos conhecendo é sempre um desafio de argumentação. Não que em casa não seja, mas parente, é sempre parente, a gente tem e não tem escolha. Amigos fazemos e agregamos porque queremos, são famílias que podemos construir e desconstruir sim, por que não, quando necessário?
Numa roda de amigos e futuros agregados nas nossas vidas, podemos usar ou não uma máscara (metáfora, gente, calma). A gente passa a imagem que quer, mas nem sempre temos a garantia de que a mensagem está sendo compreendida do outro lado (mas a tecnologia nos garante a possibilidade de checar, via redes sociais né ;))
Há variáveis que podem implicar na nossa auto-imagem: a nossa motivação na conversa, embriaguez ou não, interferência de terceiros (e quartos, e quintos... positivas ou não), conhecimento no assunto (gente, conversas de grupinho na távola não vale, só, quando o grupinho é fechado e todos conhecem o assunto)...
Uma távola nova é um desavio sempre, mas um bom desafio, desde que estejamos com o coração e os braços abertos pra mais amigos, mais almas, mais desafios, mais discussões - não estou falando de brigas, mas de debates.
Se outros componentes além das távolas me trouxeram ao que sou hoje? Sim, claro! Mas me deram mais prazer do que uma boa rodinha de amigos? Nunca!
mto bom.
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