Uma coisa escatologica em minha vida, daquelas assim, de piriri, sem parar e que estão me deixando doente (não daquelas de ir para o Juqueri, da terra de onde vim, diga-se de passagem), é o uso indiscriminado para a palavra "sincero".
Ultimamente, para mim "ser sincero" é quando a pessoa está dando uma desculpa positiva quando vai me magoar profundamente. É justificar uma coisa utilizando a sinceridade como muleta.
E como aqui é meu espaço para essas análises, para minha própria auto-ajuda, fui buscar o significado etimologico de sincero (que aliás eu já tinha lido sobre, mas achei melhor consultar antes de publicar).
Bom, segundo o textinho aqui: "Etimologicamente, a palavra vem de sincera, que é a junção de duas outras palavras do latim, “sine cera” e foi inicialmente utilizada pelos romanos. Isso porque os artesãos ao fabricarem vasos de barro, muitos rachavam-se e para esconder tais defeitos, era usando para tal uma cera especial. “Sine cera” queria dizer “sem cera”, que era a qualidade esperada de um vaso perfeito, muito fino, que deixava ver através de suas paredes aquilo que guardava dentro de si. O vocábulo sincero evoluiu e passou a ter um significado muito elevado. Sincero, é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações. Aquele que é sincero, como acontecia com o vaso, deixa ver através de suas palavras aquilo que está guardado em seu coração, sem nada temer nem ocultar" (olha a fonte: http://verdaderelatada.wordpress.com/2009/01/03/a-origem-da-palavra-sincero/).
Bom a idéia da expressão "sincera (o)" é de mostrar como é de verdade o que vem no coração da pessoa e, para ser realmente sincero, tem que ter muita confiança, muita auto estima, porque na verdade você se mostra imperfeito, você está mostrando que tem determinado defeito, essa fresta do vaso. Mas o que venho ouvindo não é isso.
Sinceridade não é ser espontaneo, não é falar o que pensa na hora, doa a quem doer, não é ser cruel, parecendo bom. Para ser sincero é necessário ser humilde, saber reconhecer seu erro, se colocar no lugar do outro, por isso gostei da maneira como foi colocado acima, do "significado elevado".
Hoje, acredito muito mais no que as pessoas demonstram do que no que as pessoas dizem. Porque uma coisa é falar, outra coisa é agir conforme o que se fala.
Eu acredito muito mais naqueles meus amigos que eu falo ou vejo de vez em nunca mas que se lembram e se preocupam comigo e eu sei que é sem interesse algum, porque só meus amigos sabem como é minha vida.
Aprendi e venho aprendendo a confiar nos meus instintos, na sabedoria do meu coração, na tal da intuição feminina que nessa semana provou que existe mesmo.
Como eu disse no outro post, nem sempre vemos as coisas porque não queremos ver, porque é mais confortável ou porque você acredita na "sinceridade", na pureza, na humildade das pessoas, quando nada disso é verdade.
Confesso que estou com medo, confesso que me sinto num barquinho a deriva (e olha que eu morro de medo de águas profundas), confesso que tem horas que quero gritar, tem horas que eu quero chorar, mas prometo que vou me recuperar... de novo...
Desculpem o desabafo, prometo que meu blog não vai ser eternamente um banco de análise, nem um livro de auto-ajuda (até porque eu nem gosto desse tipo de leitura), mas resumindo tudo: eu prefiro muito mais uma verdade inteira do que meia verdade, eu prefiro muito mais que seja demonstrado do que falado (e respeito muito mais quem demonstra que não gosta de mim do que quem fala que gosta sem demosntrar), eu prefiro ser prevenida do que ser subestimada, eu prefiro a palavra "verdadeiro", do que a palavra "sincero".
Sincero é sim, sinônimo de verdade, mas também é sinônimo de "boa fé", "representação fiel", "principio exato", "carater próprio"...
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