domingo, 5 de junho de 2011

Minha jaqueta verde


Sabe aquela música dos Paralamas: "Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim..."
Pois é assim que estou me sentindo. Esses dias venho mandando embora coisas do passado, roupas que não uso, nem usarei mais pois me trazem lembranças não muito agradáveis, objetos, bilhetes, fotos... Guardei algumas coisas longe dos meus olhos porque um dia as cicatrizes se fecham e a gente acaba com um sorriso vendo determinada coisa. Mas confesso que estou aliviada com a partida dessas coisas.
Minha médica, judia, costuma dizer que quanto mais a gente doa, mais energia acululada tiramos de nós (como as células mortas da pele quando fazemos esfoliação) e mais coisas positivas atraímos para nós.
No Feng Shui, ciência milenar chinesa, dizem que energia parada não faz bem e eliminar coisas atraem coisas novas e boas.
Pois sim, venho constatando isso na prática!
Depois de doar algumas coisas há alguns meses adquiri uma jaqueta pela qual eu e várias amigas nos apaixonamos no Bazar que minha empresa promove de vez em quando. A jaqueta em uma loja normal custaria uma bagatela mas eu a comprei por um preço muito bom, junto com outras ótimas peças. Com a minha jaqueta, me sinto muito linda, estilosa e quentinha, ou seja supre todas as necessidades de uma mulher moderna.
Pois bem, sempre que quero me sentir linda eu a uso. Foi no meu aniversário com um tubinho preto, foi numa balada com meus amigos, foi no trabalho, num bad mood day e foi num dia determinante da minha vida que eu a usei, um pouco antes de começar a postar no meu blog que a usei novamente. Pois bem, resumindo, eu passei mal no lugar, fui embora, foi tudo horrível e passaram-se duas semanas e eu não conseguia ir buscar a jaqueta. Liguei para o pessoal da balada varias vezes em pânico querendo muito minha jaqueta de volta.
Sexta passada (anteontem) fui lá, andando da minha casa, na Frei Caneca até a balada que fica na Alameda Franca (quem mora em Sampa deve fazer uma idéia da lonjura). Fui andando porque eu não queria ir lá, relembrar que eu passei mal, que depois daquele dia eu fiquei triste. Fui andando para espairecer, para pensar, para observar. Fui andando pra gastar energia, para suar. Fui andando porque minha avó sempre dizia que andar faz bem pra mente, pra alma e para o corpo, especialmente as pernas (sim minha avó, hoje doente ainda tem belas pernocas aos 88 anos).
Chegando lá, conversei com os seguranças, que foram de uma simpatia maravilhosa, que chamaram o gerente, que, por sua vez foi procurar minha jaqueta, enquanto eu conversei com os seguranças (um homem e uma mulher) na porta da balada, que me fizeram rir muito com suas histórias e me contando o que aconteceu na última vez que estive lá, afinal eu não me lembro.
Para minha grata e maravilhosa surpresa, minha jaqueta foi localizada, entregue e eu mais do que agradeço ao pessoal do DJ Club bar, pela honestidade em manter minha jaqueta duas semanas depois e me devolverem inteirinha e cheirosa ainda no plastico.
Fui embora de lá sentindo-me feliz da vida e fui à pé novamente até a peixoto Gomide dar risada no esquenta da balada dos meus amigos (gente, desculpem, mas preciso de um tempo de balada, é sério!).
Contei a história toda para eles, fui paquerada na Paulista no caminho (como previu a Sol outro dia lá empresa quando me viu triste) e vim embora feliz, eu, minha jaqueta, as risadas de meus amigos.
Agora tenho uma peça mais do que preciosa, que continua me deixando estilosa, bonita, que me traz a lembrança de que posso confiar nas pessoas sim, e que me traz auto confiança, porque conforme a Sol dissse, sim, sim eu sou foda!

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