quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Visualização


Hoje, como me vejo:
Aquela estátua daquela praça ali pertinho de casa. Bem concebida, com um ótimo projeto, por arquitetos, não renomados mas com potencial.
Sou aquela estátua que sofre com o tempo metereológico, com o tempo físico
Sou aquela estátua na qual vem um passarinho e faz um cocôzinho (que dizem em algumas culturas ser sinal de sorte, mas na minha é nojento mesmo), vem um infeliz faz um xixi, quietinho, na moita porque ninguém vai ver...
E eu, a estátua, estou ali parada, com meus olhos a observar os acontecimentos, a vida a meu redor. De vez em quando alguém vem, lembra que é necesário cuidar do patrimônio, dá uma cuidada, uma "revitalizada", mas em seguida volta tudo como antes
E os meus olhos continuam a observar, e o meu corpo, como dizem nas artes, com carateristicas de movimento, mas ainda assim uma estátua.
Hoje como dizem que me vêem:
"Bê, mas você tem que ter um orgulho danado do que tem, do que conquistou em tão pouco tempo".
"Bê, tenha paciência, não se apavora, você é corajosa"
"Bê, você vai conseguir tudo o que quer e muito mais, só racionaliza"
"Bê, você é linda e você nem sabe o quanto, temos orgulho do que vc é, por dentro e por fora."
Como eu queria que as coisas fossem:
De repente, como nos desenhos da Disney, misturado com Monteiro Lobato e contos de fada, viesse pra cima da estátua supracitada um pouco de pó de pirilimpimpim e a estátua, além de mexer os olhinhos pro mundo, pudesse ver a si mesma com os mesmos olhos que dizem vê-la: com mais coragem, menos medo e cuidando do próprio patrimônio, afinal essa estátua aqui mora em São Paulo e quem mora aqui não pode depender de serviço público, tem que se auto mobilizar...
Mas o duro, o difícil, o complicado, é esperar o tal do pó de pirilimpimpim... a estátua aqui ta tentando uma mágica partindo de si mesma...

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