quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Nada

E por nada, todo dia ela acordada
Toda hora ela suspirava, toda hora ela pensava
O nada, esse nada era tão grande que a nada ela concluía
Nada ela fazia, justamente porque nada ela entendia
Não havia nada no mundo que ela quisesse mais do que se livrar desso monte de nada
Ela fazia planos, ela esperava, ela tentava, ela se esforçava mas o nada não ia embora

A maior preocupação dela
É que ela não tinha nada
Nada seu
Nada no banco
Nada para planejar
Nada para estudar

Aos finais de semana para fora ela queria sair
Mas o nada a segurava
Abraçava com seus braços consoladores
Para que ela dormisse tranquilamente
E sonhasse com o nada
Sonhava para preencher o tempo
Porque com o tempo ela nada poderia fazer

O nada a acalma
O nada é tranquilo
O nada não dá trabalho
Mas ao mesmo tempo esse monstrinho é como uma daquelas lendas gregas
Segura você para que sua vida pare
Não caminhe

O nada preenche o tempo mas não a vida
O nada é uma pecinha de lego que preenche um espaço anacrônico
O nada, não faz diferença, não ensina, não prospera
O nada enche barriga, mas não sustenta

Ela sabe disso
Acho até que ela está ali levantando as mãos para ser salva
Mas o problema é que ela não sabe a quem pedir
Por isso, e enquanto isso, talvez nem o nada possa salvá-la
Talvez, a única esperança, seja nada, além dela mesma.

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